quinta-feira, 13 de outubro de 2011



Sinto me a mesma. Porém diferente. Talvez mais gorda, ou quem sabe não. Não pensei sobre isso, só reagi. Acho que ando reagindo mal. Ele reclamou...

Olho seu olhar confuso e fico triste. O que ando fazendo? Mas eu não sabia! Não é minha culpa. Mas é minha culpa ao mesmo tempo... Talvez eu devesse olhar melhor por onde ando e em quem esbarro. Não quero machucá-lo, ele é precioso demais pra isso.

Culpei a gordura, já que estou patinando no mesmo lugar há meses. Semanas vitoriosas, depois semanas de derrota, na qual o chocolate e a gula me vencem sem piedade. De volta à academia, me senti melhor. Mas ainda me sentia mais gorda do que antes. Então achei uma velha agenda, algumas notas e, pesagens antigas anotadas. Resultado: o peso era o mesmo... Desde que o conheci.

Ou seja, não era culpa da gordura. Não podia responsabilizar minha velha luta contra a balança. Eu estava estranha, e não era por estar acima do peso. Isso sempre foi assim, pequenas variações não mudaram o resultado. Então o que é?

Não sei.

Eu não estava olhando. Não vi chegar, nem vi se instalar. Mas ele percebeu. Ele olhava o tempo todo para a mudança chegando e se instalando, e sua mente não conseguia identificar o motivo. Nem eu. E ele me alertou...

Lágrimas embaçaram meus olhos e eu me esforcei pra ver. Fechei os olhos e olhei pra dentro de mim. Nada. Não mudou nada. Bem, talvez algumas coisas sim. Eu gosto cada dia mais dele. Não digo, mas gosto. E penso no futuro. Mas não digo. Dou valor demais a ele... Mas não sei dizer.



Parece que tem neblina dentro de mim e eu não enxergo nada. Perdi a clareza. A sensação de conforto e a confiança que tenho nele me deram o direito de relaxar e ser feliz. Talvez eu devesse ficar mais alerta e prestar atenção na minha resposta. Talvez devesse deixar de ter medo...

Talvez devesse deixar que ele soubesse o que não posso dizer. Mas se não digo, devo demonstrar. 
Ando pensativa e confusa. Mas devo me apressar. Não quero ver mais seu rosto sério e pensativo. Ele sofre por mim. Ele sofre por algo que não sei, mas que nós dois sabemos em silêncio. Sofremos porque me comporto diferente ultimamente. É sutil, mas ele diz que é verdade.

Acredito. Mas sinceramente, não vi. Não foi culpa minha. Queria controlar isso. Sinto-me um pouco irritadiça, desconfortável às vezes, mas não atribuí isso a nada específico. Ele diz que ando diferente. O que mudei? Quem me tornei?

No momento só posso me prometer que vou me esforçar para ver através da fumaça enquanto ela existir. E espero poder abrir a janela e fazer a neblina sair de mim e me deixar voltar a ter a consciência de mim que eu tinha antes.

Quero poder fazê-lo sorrir. E então sorrir, eu mesma, satisfeita.

É uma promessa.


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