sábado, 17 de setembro de 2011

A casa toda escura. Olhei pela janela e vi que o céu também escureceu. Eu é que não reparei antes. Mau sinal. Sinal de que passei o dia todo no quarto...
Sim, tive um bom motivo. Mais um sábado de estudo. Estive entretida com as apostilas e as anotações no caderno de Prática Penal. Mau sinal é que isso não significa muito. Passei o dia na cama com os livros de Direito Penal e o Código de Processo Penal e, pra quê?



Descobri o que já sabia. Não consigo. Não sei. Esqueci o que sabia. E por mais que minha consciência lute para manter a atenção nos dizeres do Direito Penal básico e nos recursos do Processo Penal que eu deveria usar para arguir a inocência de meu cliente-delinquente, eu sei que não dá...

São 7 anos de faculdade até agora... e ainda devo fazer mais dois. Isso significa que o conhecimento foi sendo passado muuuuuuito aos pouquinhos... e sendo esquecido ao longo do tempo. E de repente, me descobri no 8º período, tendo passado por Direito Penal I, II, III, IV e V (todos) e Processo Penal I, II e III (quase todos), sem saber bem o tal direito dos bandidos e delinquentes desse país.

Quero acreditar que não é um bloqueio. É razoável pensar que esse é um direito muito cheio de entrelinhas. São muitos detalhes quanto à conduta do meliante, admissibilidade de provas, alegações de prescrição, incompetência do juízo, pedidos de diminuição de pena pelas mais adversas circunstâncias de cada crime, e tantas coisinhas que nem sei... 

Então passei o dia agarrada com os livros de penal que tentavam me explicar aquilo que eu já devia saber, mas esqueci. Escrevi uma peça processual penal de 12 páginas. Eram alegações finais em memorial. Ou seja, uma peça que simplesmente contempla tudo! Desde um resumo do caso, até preliminares que tentam terminar ou invalidar o feito por alguma babaquice processual, e depois o mérito, que é a real defesa dos bandidos, por motivos que são mais babaquices técnicas pra livrar a cara dos malditos criminosos.

Odeio a ampla defesa! Esses caras não deviam ter defesa de merda nenhuma.
Mas enfim. A nossa Constituição garantiu esse direito pra essa gentalha também.
E eu tenho que aprender a escrever essa peça enooooooooorme de defesa. E pior, sem saber o direito penal com a consistência que deveria.

Paciência. O dia escurece, a vontade de encarar mais uma dose de Penal se esvai e eu só consigo pensar no que vou fazer pra me distrair, já que estou sozinha em casa. Afinal é sábado!
Belo sábado de sol. Bela noite de fim de inverno friazinha... A casa em silêncio, toda apagada...

Oba, lembrei do vinho na geladeira!
A música e os pensamentos me farão companhia. O vinho relaxará meus neurônios. O vinho dirá a eles que está tudo bem se eles não se lembram de TODO o Direito Penal aprendido em pequenas doses por 7 anos nesse sábado. E também o vinho dirá à minha consciência de estudante dedicada que não é possível relembrar TODO o Direito Penal em um sábado. Talvez nem em 100 sábados... E eu só tinha esse. Se acabou.



Agora o vinho dissolve minhas preocupações. A música me distrai.
Vinho tinto simpático de alguma região de Portugal...
Desfrutarei do restante da minha noite e amanhã o Direito Tributário me aguarda... 

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