domingo, 16 de outubro de 2011



Eram quatro mulheres. Diferentes mulheres, diferentes vidas... Unidas há muitos anos, quando as vidas ainda estavam sendo formadas, quando as personalidades são construídas, quando nos tornamos pessoas completas.

Naquele precioso momento das vidas de todos os seres humanos, as quatro meninas riam, e choravam, e descobriam o mundo, e se descobriam, se acobertavam, e se aconselhavam. Juntas, as quatro meninas cresciam.

Jovens, trocavam as experiências que viviam. E viviam outras experiências juntas. Passado que ninguém é capaz de apagar. Guardado dentro do peito de cada uma, cravado como uma delicada inscrição em uma preciosa joia de família. Eram uma família.

Adultas, a vida foi levando cada uma para um caminho. O distanciamento é inevitável, porém, o reencontro sempre maravilhoso. Elas remam contra os fluxos independentes de suas vidas corridas e atarefadas e buscam o início, o começo do rio, onde tudo começou a fluir, onde podem sempre se encontrar. O ponto de encontro. É a continuidade do ponto onde haviam deixado a amizade. Os anos passados não pesam, na verdade, servem para trazer boas lembranças e importantes histórias de vida arquivadas em suas existências, enoveladas umas nas outras.

Mulheres. Quatro mulheres. Umas com um filho, dois filhos ou nenhum filho. Com maridos ou namorados. Formadas, ainda estudando, trabalhando, mães. Administração, veterinária, turismo ou biologia. Batalhando o caminho profissional, em fase de mudança, donas de casa, solteiras... não importa: mulheres. Quatro diferentes versões de mulheres.

As risadas completavam os espaços de tempo em que não se viram e enchiam o ar com alegrias compartilhadas. Aquelas mulheres ainda compartilhavam aquilo que tinham: a si mesmas. Aquelas mulheres estavam conectadas pela vida, pra sempre.

As diferenças se tornaram enriquecedoras, eram o que elas tinham de si mesmas para trazer para as outras. Muitas experiências similares, algumas opiniões semelhantes, várias particularidades e divergências de opinião, comportamento e conhecimento diferentes. E elas se respeitavam em suas individualidades. E se admiravam. Cada uma dava sua contribuição para a grande amizade.

Incrível universo feminino espalhado em cima de uma mesa, desdobrando-se em preocupações, situações, beleza e charme. Noite das mulheres, despojadas de maridos, filhos e de compromissos, elas estavam ali só pelas amigas, umas pelas outras. Alimento para a alma, a amizade dessas quatro mulheres resiste ao tempo e se solidifica com o tempo, colocando-se um tijolinho por vez.

As quatro mulheres riam. Lembravam. Falavam. Compartilhavam. Viviam. Juntas.
As quatro amigas de sempre.
Amigas pra sempre.
A noite acabou mas aquilo ficou pra sempre.



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