segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Numa tarde agradável o fantasma veio me assombrar.
Numa aconchegantemente chuvosa e mais que agradável tarde o espírito veio rondar minha vida e trouxe consigo questões há muito enterradas. É daquelas almas que não percebeu ainda que não deve mais rondar o meu mundo. Devia saber seu lugar de morto. Devia permanecer enterrado... Mas não tem noção!

O fantasma é manso e desinteressante, mas despertou coisas ruins. Trouxe memórias que não quero lembrar jamais. Causou desconforto e confronto. O fantasma deveria ter ficado desaparecido no seu mundo como normalmente faz. Mas não... ele resolveu sobrevoar minha felicidade. Veio ver se ainda havia alguma coisa de mim que pudesse se aproveitar. Não há!



Mas eu não disse isso claramente...
A culpa é minha se ele me ronda. Eu fugi do passado. Corri do sofrimento. Coloquei o que aconteceu numa caixa de papelão e, sem olhar, enterrei junto com o morto. Mas o fantasma dele ressurge de vez em quando trazendo alguma coisa da caixa, ou despertando outras coisas que eu nem havia pensado que existiam.

Mas não gosto dessa história de achar culpados. Não é prático e não resolve nada. E eu sou mulher de resolver. A merda tá feita, e aí?

Assim, nessa tarde agradável que o fantasma estragou, eu vi a luz. Fui ajudada por um anjo. Anjo que está sempre ao meu lado e me ajuda quando os fantasmas aparecem ou qualquer outra coisa do tipo me incomoda. E o anjo, ao seu jeito, sem se impor, me mostrou a luz. Ele me mostrou o caminho que eu não via, a resposta na qual nunca pensei.

Percebi que não se pode fugir do passado. Devo resolver as questões. Se corro, mais cedo ou mais tarde, os fantasmas me alcançam. E pior, quando menos estou esperando. E, convenhamos, não é bonito rever os mortos, nem respirar  a poeira do tempo de suas existências. Faz mal.

As pontas têm que ser emendadas, a costura tem que ficar firme e completa, bem acabada. Não cabe esconder retalhos no fundo do armário achando que eles não incomodarão mais. Mentira! Besteira! Eles, no mínimo, ocupam espaço. E, no fundo, são desnecessários na sua vida.

Então descobri que devo agir. Esconder-me não é a solução. Não querer pensar no assunto faz mal a mim a longo prazo. E também faz mal àqueles que eu amo. Como não sei revidar na hora do fato, como não sei dizer o que deveria às pessoas que merecem ouvir desaforos, como não sou das melhores em me defender, pelo menos depois, de cabeça fria e com tudo bem pensado, devo agir e resolver as pendências.

Obrigada, anjo! Suas palavras e nobres sentimentos me mostraram como agir. Minha vida é melhor com  você olhando por mim. Não fugirei mais das coisas. Tentarei, ao menos tentarei, me proteger melhor. E resolver as lutas passadas. Depois fujo com você pro nosso céu particular.

Obrigada por ser de carne e osso! ... e por me ensinar a viver melhor a minha vida!

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