segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O fim se aproxima e eu me sinto ansiosa, como não podia deixar de ser. A sensação opressiva, o clima horroroso, a falta de comunicação, a falsidade no ar... tudo isso me cansa. Estou exausta disso. Muito cansada! Quero que tudo acabe logo. E estou sofrendo lentamente esse final...

Não precisava ser assim. Por mim, não seria. Nunca! Mas não depende de mim fazer uma outra criatura que não sabe ser sensível nem se comunicar dizer o que pensa, conversar, ser razoável. Infelizmente não depende de mim. Isso se aprende no berço.

E a sensação de final ruim permanece. Depois de toda a amizade, de todos os longos anos de convivência, só mereci ouvir desaforos, xingamentos e perceber a raiva acumulada contra mim. Eu não merecia. Nem tinha ideia de que alguma coisa andava errada. A criatura não se exprime. Nem deve saber o que isso significa. Mas sabe agredir. Ah, isso sabe bem!



E eu, criada por papai e mamãe, em berço de amor, compreensão, muita conversa e reflexão, não sei lidar com agressão e ódio, mentiras, fingimentos. E infelizmente moro com uma criatura que é incompreensiva, agressiva e que não conhece os benefícios de uma boa conversa, sem estresses, sem brigas. E eu sofro cada vez que tenho algo a dizer a ele. Pois sei que serei recebida a facadas, gritos e agressões das mais diversas. Odeio ter ainda que conviver com ele. É uma tortura indizível!

Lamentável terminar algo que poderia ser uma relação boa de amizade, por longos cinco anos, dessa forma. Cheia de tristezas, de lamentos, de maus sentimentos, e principalmente de mágoas. Incompreensões.

Paguei cada centavo que ele investiu comigo na casa, mas não recebi nada pelo que na casa já havia e foi usado. Fiz diversos arranjos para a criatura e não receberei nem um obrigado. Peguei empréstimos para ele, levei bronca do meu pai, menti para a minha mãe por ele, e no final sou taxada de "a errada", "a injusta", a "fofoqueira insuportável".
É triste e injusto.


Verdade é que não foi sempre ruim. Os primeiros anos foram de amizade (ou assim eu penso - ainda) e colaboração. Era uma parceria boa, na qual um ajudava o outro. Em algum momento isso se perdeu. Em algum momento ele não soube dizer como se sentia e foi guardando raiva de mim. Hoje a conversa é simplesmente impossível. É insuportável cruzar com ele dentro da casa. E eu me sinto oprimida com a presença dele na minha própria casa. Triste fim para aquilo que já foi alegre e bom.

Mas não reclamarei mais. Estou só ansiosamente esperando que os últimos dias passem, que eu o veja o mínimo possível dentro de casa, que não precise conversar mais do que o necessário. Ele quis assim. E eu vou me respeitar. Não preciso ouvir palavrões nem sofrer violência. Ninguém nunca me fez sofrer tanto e eu não mereço isso.

Assim, sem mais palavras, vou vivendo ali no meu quarto, torcendo e querendo muito abrir a porta e encontrar a casa vazia...



O Vazio.
Minha voz ecoando...
Sozinha. E bem acompanhada!
É o início de algo novo. E bom.

Do vazio irá surgir a vida que eu mereço viver, com alguém que me compreende e que gosta de mim.
Sem fingimentos, sem silêncios, sem tensão no ar.
Com harmonia, com solidariedade e principalmente, com muito diálogo e amor.
Faltam 4 dias...


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