domingo, 23 de março de 2014

Fim de verão, sol de cinquenta graus no Rio de Janeiro. Nossa casa, nossa sauna particular. Como se não bastasse o calor, tem os mosquitos...

Desde o carnaval, no início de março, o bairro onde moramos, bastante arborizado, foi tomado de assalto por uma legião de mosquitos. Das mais cruéis! Destemidos e sanguinários! A nuvem negra voa em torno das nossas indefesas pernas e braços, picando nossas costas sem clemência e fazendo sombras nas paredes. Inacreditável a quantidade desses malditos insetos que veio viver na nossa casa.



Mas, homo sapiens que somos, nos armamos com o fantástico e moderno repelente de tomada. Maravilha da ciência contra os mosquitos! Ora, bastava colocar na tomada na hora de dormir (e apenas na hora de dormir!) e isso garantiria nossa noite de sono, sem mosquitos.

Só que não! Ultimamente os mosquitos mutantes têm pousado insolentes sobre os ditos "repelentes" de parede, provavelmente aproveitando o calorzinho do negócio. Pousados! Rindo de mim! (Sim, eu verifiquei se não estava vazio, e claro que verifiquei se estava mesmo ligado!)

Bom, então testamos fechar o quarto o dia todo borrifado com inseticida daquele pior que há. Assim, após chegarmos do trabalho, bastaria colocar os não-tão-repelentes nas tomadas (já estávamos usando dois) e poderíamos dormir. Só que não, de novo! 

Havia corpos pelo chão e sobre a cama, mas muitos outros mosquitos vivinhos da silva voando no quarto ou pousados no teto. Aquilo era um despeito! Obviamente eles eram mosquitos mutantes, uma nova geração de mosquitos que ignora tudo que o homem conhece sobre ele.

* Mamãe dizia "hora de mosquito é à tardinha, às 18h feche a casa e depois pode abrir que fica tudo bem". Os mosquitos daqui de casa entram pela janela o dia todo!

* Mosquitos não gostam de frio, ligue o ar condicionado para afastá-los. Acho que os nossos mosquitos são cariocas da gema e adoram um ar condicionado!

* Só as fêmeas de mosquitos picam os humanos, os machos vivem de seiva... Hein? Mosquitos e mosquitas, gays e lésbicas, mosquitos transexuais e transgêneros todos se unem aqui é pra sugar a minha seiva e do meu marido! 

A noite foi o mesmo tormento da anterior. Tivemos que acordar diversas vezes à noite para passar mais repelente no corpo e dormimos como múmias enrroladas nos lençóis. Claro que o ar condicionado estava no mais frio, já que dizem que mosquitos preferem o calor... mas aqui eles não se importaram com o geladinho.

Amassados no dia seguinte, resolvemos comprar aquelas raquetes elétricas para matar mosquitos. Nunca acreditei no poder daquilo, mas quanto repelentes e inseticidas não fazem sequer cócegas na nuvem de mosquitos que invade a sua casa, qualquer arma passa a ser a salvação!



Ansiosos para matar os cretinos, fizemos um extermínio no quarto antes de dormir. O cheiro de queimado e os altos estalos provocado pela corrente elétrica que frita os corpos dos mosquitos dominava o ambiente. Colocamos os dois repelentes nas tomadas nos dois lados da cama, passamos repelente em creme na pele e colocamos inseticida no quarto fechado por 15 minutos como manda a instrução. Tudo ok na hora de deitar. Sem mosquitos, que maravilha! Dormiríamos bem aquela noite...


No meio da madrugada, toda enrolada no lençol, senti as mãos que ficaram pra fora coçarem com dezenas de picadas. Tentando ignorar esse fato, e escondendo as mãos sob o lençol, senti meu nariz e testa virarem aeroporto de mosquito a ponto de eu mesma me acordar com tapas na cara. Aí sentir minha jugular ser atacada friamente! Mosquitos vampiros!



Acordei o marido e começamos a matar mosquitos com a raquete. E eu, mesmo conosco dentro do quarto e contra as instruções da lata de inseticida, borrifava veneno por todos os lados. Junior já estava de pé em cima da cama, com a raquete na mão, tostando os mosquitos que circulavam a lâmpada. Mas tinham uns espertinhos que ficavam dentro da luminária... e dá-lhe raquetada! A luminária caiu em câmera lenta e se espatifou espalhando vidro para todos os lados.

Bom, quatro horas da manhã e lá ia eu, de camisola, varrer vidro em cacos e pó no chão. E Junior continuava raquetando os insetos sangue-sugas enquanto eu varria. Na sua fúria devastadora, raquetou e queimou um mosquito gordo, enorme, que estava pousado na cortina... não sem derrubar junto a cortina do quarto!



Pronto, lá íamos nós consertar a cortina no meio da madrugada. E tudo por causa dos mosquitos mutantes que não se espantam com os repelentes e sobrevivem ao inseticida! Riem dos nossos pífios esforços para matá-los ou ao menos afugentá-los. Ridículos nós.

E assim segue o nosso fim de semana. Raquetadas, repelentes e inseticidas inúteis. E os mosquitos persistentes pousados sobre as paredes, móveis e sofás e escondido embaixo das mesas, só de tocaia, esperando a nossa distração para nos atacar e sugar todo nosso sangue!

Esperamos fortemente que essa onda mosquital passe. Ou que nossos temores não se confirmem, pois achamos que esse desequilíbrio está sendo causado pelo desmatamento indiscriminado das construtoras para a construção dos diversos condomínios nos arredores de nossa casa. Se assim for, estamos perdidos e a batalha contra esses indesejáveis insetos está apenas começando...

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