sábado, 14 de agosto de 2010



DAS PRELIMINARES

Amigos são tudo de que alguém precisa!
Não sei por que não me conformo que os amigos são tudo, que são suficientes!
Eu devia pensar nisso melhor e passar a sentir que tenho tudo, que nada me falta, porque tenho amigos!
E como tenho! Amigos de verdade! Nunca conheci um que não fosse de verdade!

Não sei por que, com tantos amigos e amigas maravilhosos, eu continuo tentando encontrar o tal "O cara"  que todo mundo diz que anda por aí também procurando por mim. Claro que isso é uma ficção, assim como é "O Deus" ideal e abstrato, para confortar os desesperados... Assim, os pobres de almas sofridas (como eu, de vez em quando) sentem-se menos carentes e mais seguros sabendo que um dia haverá alguém para confortá-los e amá-los. Em breve... muito em breve... Que esse alguém existe e está por aí!

Enfim. Deveria me bastar! Eu tenho amigos! E que amigos!
Os meus amigos são aqueles que me amam incondicionalmente. E eles realmente fazem isso ao longo da minha vida, e trocam alegrias e tristezas comigo todo o tempo.
Basta estender a mão, dar um sorriso meio amarelo (diferente do meu sempre alegre), e às vezes basta apenas que vejam meu olhar vazio... Eles me entendem na hora!



DOS FATOS

Convivo com aqueles amigos que frequentam minha casa, que moram comigo. Eles sabem perceber quando quero ficar quieta, respeitam meu espaço, e sabem exatamente quando preciso que tragam alegrias para mim e que fiquem quietos comigo quando estou mal. São minha nova família, unidos e diferentes, atravessando nossos dramas ao longo da nossa história. Esses são relacionamentos fortes e verdadeiros que formam uma rede de segurança e compreensão, e pertencimento, que ajudei a formar. Com eles nunca estou só. Para eles, sou uma mulher fantástica e forte, amiga, decente e honesta. Eles reconhecem em mim o coração enorme e não se aproveitam dele, mas ficam ali ao lado, estabelecem-se com seus grandes corações próximos ao meu, para nos mantermos aquecidos, mesmo no mais frio inverno.

Tenho aqueles amigos novos, lá do trabalho. Aquele monte de meninos e homens que me adoram, que divertem-se comigo, que são parceiros e fiéis sem que eu nem peça por isso. É genuíno.
São homens, todos eles, mas uns são tão doces, puros e decentes que não merecem ser chamados de homens, pois a palavra "homem" pressupõe uma maldade nata e uma grosseria intrínseca que não combina com a índole desses "meninos".
Lá também há os mais velhos, que cuidam de mim, que me admiram como mulher e como profissional. Eles me motivam, me dão conselhos e sinto que às vezes, dependendo do meu estado emocional fragilizado, eles querem me pegar no colo e dizer que está tudo bem. E fazem isso sem perceber!
É deles que eu tiro minha força diária.

Há também as amigas amadas e de longo tempo, que hoje moram em outros países, casadas, ocupadas com suas vidas diferentes, mas que sempre estão ali pra mim. Se preocupam de longe, ligam e mandam mensagens apenas para saber a quantas anda meu coração e minha vida pessoal. Pensam sempre em mim e eu nelas.
São minhas jóias, meu maior tesouro, que fui conquistando moeda a moeda ao longo das nossas vidas... É delas que tiro minha força para saber que sou querida, e que tudo ficará bem, pois elas acreditam na minha força, me admiram como pessoa, acham que sou batalhadora demais para desistir... e por causa disso, que leio em seus olhinhos, realmente me lembro que não desisto mesmo!



Há outras amigas antigas da escola, pra quem ligo quando preciso e mesmo vivendo seus dramas pessoais, param tudo para me escutar, lêem meus testamentos de lamúrias via email (ou neste blog), saem de suas tocas para tomar chope comigo e me dar conselhos que me dão suporte e iluminam meus dias. O carinho que elas irradiam é tão real que posso tocar; é tão vivo que me sinto acolhida como se estivesse no colo de um grande, amoroso e quentinho urso de pelúcia.

Não posso me esquecer de amigos antigos, de outras épocas de minha vida, das diversas faculdades, que continuam comigo, me admirando, vendo coisas em mim que eu muitas vezes não vejo. Às vezes aparecem nos momentos mais importantes e me fazem companhia em viagens quando eu menos espero, me dão seu ombro e seu suporte moral. Estão ali para me lembrar que sou alegre, boa e que uno as pessoas. São pessoas que me fazem sentir querida, que me fazem rir, que me apóiam, torcem por mim, estão sempre comigo, mesmo distantes... Fazem-me lembrar de que sou assim, doadora de carinho e amor para as pessoas a qualquer tempo. Me lembram de que sou feliz.

Há ainda as pessoas que me conhecem pouco, mas que já gostam de mim só por trocar palavras diárias comigo: porteiros, motoristas de ônibus, professores, colegas de trabalho mais distantes, vizinhos... Pessoas que conquisto no dia-a-dia, com meu sorriso e meu bom humor. Quando não estou me sentindo bem sou sempre brindada por pérolas de alegria e também doses de carinho no formato de pequenas pílulas, quando menos espero, e que colocam de volta o sorriso em meu rosto. Bom demais receber esses pequenos grãos de felicidade.

Sem contar os amigos-família que são um verdadeiro abraço enorme e eterno no qual me insiro. São amigos com laços de sangue, com os quais divido minha vida há décadas e que me confortam, me animam, me admiram, me amam... Preciso de mais?

DOS QUESTIONAMENTOS

Será que ainda sobra motivo e necessidade para procurar o tal " O Cara"?
Esse O Cara seria assim tão legal que suplantaria a parceria dos meus amigos?
Amigos não precisam ser perfeitos, e mesmo assim o são. Esse tal O Cara teria que ter tantos requisitos que eu precisaria organizá-los na forma de um código de condutas e princípios que seria maior que o Código Civil com seus mais de mil artigos.
O Cara precisaria ganhar minha confiança e mantê-la, coisa que os amigos tiram de letra, e esse Cara não sabe de nada...

DOS PEDIDOS

Portanto, tendo em vista os fatos narrados, peço que:

I - o buraco em meu peito dê-se por preenchido;
II - que cessem as sofridas lágrimas e que essas sejam substituídas por sorrisos sinceros dedicados a cada uma dessas pessoas que me cerca e que me traz amor.
III - Peço ainda que voltem a ser coloridos meus dias cinzas, considerados ilegítimos por falta de interesse de agir, posto ainda que não existe nexo causal que ligue a triste cor cinza ao meu verdadeiro estado de espírito alegre e vivo, do qual às vezes me esqueço.
IV - Solicito ainda, em última instância, que seja determinado que esse O Cara, um sujeito inominado e idealizado, seja excluído de vez de meus pensamentos e anseios;
V - que deixe de ser procurado; que deixe de ser relevante sua busca e, finalmente,
VI - que vápraquelelugar, visto que não tem o direito de turbar as sensações alheias!!!


1 comentários:

  1. Que fofo Clá! Adorei o seu texto. Realmente, temos tantas coisas boas na vida.. Os palhaços é que colocaram na nossa cabeça que felicidade só se tem com eles. ;o)

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