Para resolver minha questão bastaria chamar o sexto sentido de algo racional como "inteligência perceptiva", que faz mais sentido no meu mundo da razão, e pronto... eu saberia antes, que iria me dar mal...
Tentarei das próximas vezes...
Enfim... Lá vem a última das minhas tentativas...
Lá pelas tantas da sexta à noite, enquanto tomava meu vinho em frente ao computador, esbarrei num sujeito das antigas no MSN. Já tinha rolado uns beijinhos tímidos na chuva há mais de um ano atrás e eu, lembrando disso, não tinha maiores pretensões com ele. A conversa rolava, mas apareceu outro sujeito, esse mais velho, saído do site de relacionamentos que eu continuo (não sei por que) pagando, que era bem mais interessante.
Fui levando a conversa com os dois e mais a garrafa de vinho, com direito a webcam e charminho online. O convite pra fazer algo no sábado surgiu do mais novo (minha idade, pela última vez, prometo!) e eu, pensando que não teria nada mais interessante pra fazer e que ele seria uma companhia para almoçar e caminhar no calçadão da praia, aceitei. O mais velho ficaria pra outro dia, pois ainda era nossa primeira conversa.
Enquanto o sábado passava e eu esperava o sujeito vir da Barra da Tijuca, sem carro, até Niterói, só pra me encontrar (óbvio que o almoço furou pois choveu e os quilômetros atrapalharam), eu pensava que diabos eu ia fazer com o garoto.
E aí entra minha reflexão inicial. Que diabos! Se eu já o considerava um GAROTO, a possibilidade de eu me entreter com o encontro e de realmente curtir aquilo ali, seria zero! O que eu estava fazendo então?! Eu devia escutar meus pensamentos mais íntimos, sexto sentido, conhecimento do comportamento humano, sei lá, e não ir!
Em não escutando... La fui eu, toda arrumada (e olha que peguei leve), de vestido preto com um belo decote em coral e sapatinhos vermelhos (ok, de saltos baixos para não piorar a situação do garoto, que devia ter a minha altura ou menos. Ai!!!), maquiagem leve, só pra disfarçar os 32 anos, perfuminho importado, anéis grandões (que são minha marca registrada) e belas unhas vermelhas.
E me diga... Isso tudo pra que???? Pra encontrar um menino num shopping!
Nada podia ser pior! O garoto veio devagar por trás de mim e parou ao meu lado, tímido, mal me olhando, pra dizer "oi". Eu o olhei e em uma fração de segundo queria sair correndo! Eu andaria mesmo nessa cidade em que todo mundo se conhece, ao lado daquele moleque de escola? Ai, meu deus, e se fosse reconhecida?!
Descrevo então o estrago: carinha de bebê, redondinha, com um sorrisinho meio de lado, angelical; o cabelo preto de indiozinho mais liso do mundo (aquele que toda mulher luta nos salões pra conseguir); uma blusa Polo, calça jeans surrada e... TÊNIS!!! Pior... MOCHILA!!! Socorro!
Ok, desculpem-me mulheres que não se importam com o "visu" mochila-tenis em um homem... mas eu, bem ao estilo mulher fatal, não concebo a ideia de um Homem vestido como Menino. Então ele realmente vira um menino. Até porque ele tinha a minha altura, o meu porte físico, dedos finos e delicados (não eram dedos de homem!), minha idade e, coitado, 1/152131321321321 (é, essa fração aí) da minha coragem e desinibição.
Fracasso total! Seguiram-se uma série de tragédias: o menino não conseguia me encarar; quando falava, as piadas eram tão bobinhas que eu nem entendia de onde ele tirava aquilo; não decidia se íamos ao cinema ou não, não decidia que filme iríamos ver, não decidia se ele queria pipoca ou não, não decidia se ele queria jantar depois do filme, se ele gostou do meu decote... e o infeliz garotinho ficou até vermelho quando eu sugeri que ele poderia até dormir na minha casa se ficasse tarde!
Ora, eu só pensei no melhor pra ele, já que morava na Barra, já eram 23h e, com certeza ele iria ter problemas pra chegar em casa de novo. Pela primeira vez não pensei como a viúva negra que atrai os machos para sua alcova para desfrutar deles e depois dizer "tchau". Claro que não, porque aquele menino não ia dar caldo! Ele não me dava nem tesão! Eu me senti até culpada por estar praticando pedofilia com o pobrezinho inocente de 32 anos (eu até pedi a identidade)! E pior: me senti com 62 anos dando aulas para uma criança do primário!
Enfim... Durante o jantar que eu escolhi, no local que eu escolhi, com a mesa que eu escolhi, e tal (porque o garoto não se decidia), comecei a tomar minhas cervejas. Canecões de 300 ou 400ml, não sei. Aí fui ficando animadinha... Pensei: "Bem, como estou aqui e ele também, até que essa boquinha é gostosinha (eu lembrava), pode ser que a noite ainda renda alguma coisa..." aí tomei um grande gole de cerveja geladinha e, como ele não estava bebendo (aff, homem que nem me acompanha na bebida!), olhei com a minha expressão mais sedutora, virei de ladinho e tudo, e disparei:
- Gatinho... quer provar uma cerveja? - (até biquinho eu fiz nessa hora!) - e o bobinho respondeu de olhos baixos na mesa:
- Er.. Não, eu... não bebo.
É sério isso?!, pensei. Jura que isso tá acontecendo comigo, a essa altura do campeonato!? E tentei mais uma vez:
- Será que não teria uma outra maneira de você provar a cerveja que fosse, digamos, - e charmosamente eu sorri - mais interessante?
Ele imediatamente entendeu (ainda bem) o que eu queria insinuar (e já estava até esfregando na cara dele), e disse, sem tirar os olhos do seu prato:
- É... ter tem... mas... mas... eu... eu não consigo!
HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAH
Imediatamente comecei a gargalhar. Desgraça pouca é bobagem! O timidozinho não consegue me beijar de tão nervoso que estava e sem contar que já tinha me beijado antes?! Ah, pára com isso! Resolvi o impasse amassando o menino e beijando sua boquinha fofa. Ai, que beijinho adolescente, sem mãos no corpo, sem chega-pra-cá, sem tesão... Aff!
E pra terminar, eu, já com várias cervejas na cabeça e decidida a ver se o garoto pegava no tranco, mandei na testa:
- Quer ir lá pra casa? O único problema é que não moro sozinha e na minha casa sempre tem gente. Então acho que você morreria de vergonha.
Ele arregalou os olhos concordando comigo e disse:
- Ihhh... Melhor descartar essa hipótese. Considerando que eu já sou tímido, você não mora sozinha, eu vou ficar pensando em não fazer barulho, pessoas que não conheço por lá, toda essa pressão... aí não vou conseguir, não vai funcionar! - e completou o meu assombro - Uma noite dessas só rolaria comigo lá pelo décimo segundo encontro...
Como assim?! COMO ASSIM?! D-É-C-I-M-O-S-E-G-U-N-D-O?! Ele contou?! HAHAHAHAHAHAHHAHA HAHAHAHAHAHAHHAHA HAHAHAHAHAHAHHAHA
Dessa vez entortei a cabeça pra trás e gargalhei alto. Tadinho, impossível de segurar! Nossa, no haja tempo pra esse menino se sentir seguro e, sinceramente, o que será que ele sabe fazer? Ah, o basicão, se tanto!
Depois dessa pedi mais uma cerveja geladinha e a entornei pra dentro, enquanto me dispus a falar com o garoto sobre como ele devia melhorar sua timidez e insegurança porque se não nada na sua vida ia mudar e tal... O infeliz deixou de viver uma situação (e que situação!) só porque, visualizando o momento na sua mente, teve medo de encarar pessoas e lugares diferentes! Meu deus, o que eu realmente fui fazer lá? O sexto sentido tinha me alertado de que isso seria uma furada, pois eu já o tinha achado garoto, novinho, sem atitude, sem HOMENTUDE...
Ainda bem que a cerveja foi boa, o filme do Predador, bem legal, e a história pra contar, bem divertida! rss
Meu Deus!!! I-N-A-C-R-E-D-I-T-Á-V-E-L!!!!! Tem certas coisas que só acontecem com vc mesmo, Clá!!! Se antes o menino precisava de 12 encontros, agora vai precisar de 30 + terapia de casal!!!!! Rsrsrsrsrsrsrsrsrs
ResponderExcluirAHHH Clá de fato, eu ri muito. Fiquei imaginando a cena.. vc toda poderosa e o menino sem saber onde enfiar a cara! Coitadinho, carinha de bebê.. que lindo! kkkk...eu querendo um que pense no decimo segundo encontro e vc jogando fora! kkkk Esses é que são ótimos, da mesma altura, escolhemos os flmes, os restaurantes e tal... Definitivamente, não disputaremos os mesmos homens! kkk
ResponderExcluirBeijões.
Ah! Depois conta como foi o encontro com o mais velho. ;)
Realmente vocês não combinam nem nos números, vc com o 6º Sentido e ele com o 12º Encontro.
ResponderExcluirFico pensando no que ele esperava deste encontro, se ele já te conhecia... talvez ele quisesse ver se poderia ir contra sua própria natureza... mas se não foi possível com você, acho que no momento em que ele disse que era pra descartar a hipotése de ir pra sua casa ele se aceitou como realmente é: um garoto.
Márcia
KKK, mochila!Esse menino de 32 anos é o seu oposto e outro, além de ter o cabelo penteado pela mãe, ele deve ter alguma trauma de iinfância, ou medo de mulherão cheia de charme ...ou,simplesmente sofre de disfunção erétil:PQ TANTO MEDO, TANTA INSEGURANÇA?Faz uma coisa,manda de volta pra creche da tia Sininho!kkk.Amiga, esses encontros vão te render um livro!Sério, hein!Bjs
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