Que a vida é cheia de surpresas todo mundo sabe. Algumas pessoas vivem esperando que as boas surpresas da vida aconteçam. Outras pessoas vivem achando que as coisas ruins da vida podem acontecer a qualquer momento. A maioria de nós, um pouco de cada.
Na verdade, nunca realmente acreditamos que as coisas ruins podem acontecer com a gente. Até pensamos na possibilidade, mas a afastamos imediatamente da cabeça, para não vivermos com medo ou neuróticos. Até que um dia a vida te surpreende... As pessoas te surpreendem.
Acho que já ouvi meu pai ou minha mãe dizerem: "Não acredite em qualquer um, cuidado".
Ou talvez tenha sido minha psicóloga dizendo: "Você tem que se proteger mais, ser menos inocente. Não pode acreditar que todo mundo é bom."
Ou ainda, podem ter sido os meus amigos repetindo: "Não confie cegamente nas pessoas. Nem sempre é o que parece"...
A vida mesmo já deve ter me ensinado isso algumas vezes, mas acho que prefiro fechar os olhos e continuar acreditando no lado bom das pessoas. E às vezes tomo porrada. Mas sigo acreditando. Afinal, não é qualquer porrada que me derruba. Ainda assim, consegue me atordoar um pouco.
Dessa vez a surpresa foi enorme. Estou atordoadíssima. Não esperava mesmo.
Mas vou optar pela parte positiva da experiência e tirar uma lição:
Nunca confie cegamente naquilo que você conhece sobre alguém. Por mais que você acredite conhecer a pessoa, provavelmente estará iludido por uma imagem que você criou dela em sua mente. O que você sabe sobre ela é o que ela deixa que você saiba somado ao que você percebe sem ela desejar. Mas nunca é o todo.
Se as pessoas são caixinhas de surpresa pra si mesmas, quanto mais para as outras. Há sempre aquele lado negro que ninguém demonstra, o segredo do eu, o que não quero que o outro conheça...
Então fica assim: acreditarei na luz mas ficarei sempre de olho nas sombras.
Acabou a era da inocência...
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