sábado, 22 de janeiro de 2011



Confesso! Hoje foi o dia do surto de consumo.
Sim, sofro também desse mal (normalmente associado às mulheres)...
O pecado da compulsão. A febre que impede as sinapses de funcionarem propriamente e entorpece os raciocínios. Os únicos pensamentos que nos assaltam (além do cartão de crédito, financeiras, bancos e lojistas) são referentes a qual vestido comprado combina com que biju recém comprada e com qual dos sapatos recém adquiridos... E como precisamos mais desse ou daquele acessório no nosso guarda-roupa.

Hoje deixei-me levar. Não fui forte. Pequei! 
Entreguei-me à cobiça de bens materiais, fui levada pela luxúria das sedutoras vitrines, escolhi gulosamente mais itens do que eu deveria comprar, e ainda invejei quem pode comprar e comprar ainda mais sem se preocupar com a fatura do cartão de crédito!

Eu estava contida. Quieta, porém desejando ir às compras há uns dias. Essa certeza só crescia em mim. Mais e mais... Eu já estava a ponto de acordar pensando se era aquele o dia em que finalmente me entregaria à orgia das compras.... e nunca era meu dia. Dias cheios demais, com compromissos, encontros com amigos, aniversários e churrascos... Nunca dava.

Aí ocorreu que o namorado se foi, viajou, me deixando sozinha para bundear um sábado inteirinho! Hummm... Que delícia! A oportunidade apareceu! Era hoje o dia! Sem hora pra voltar pra casa, sem distrações outras que não a minha compulsão, sem um outro ser humano sendo a minha consciência financeira... resumindo: eu podia pecar em paz!

Sorrindo cheguei a um dos centros de consumo às 9:30h da manhã. Às 11h tinha manutenção das unhas de porcelana marcada ali perto, então eu tinha tempo. Bem, assim eu achei...

Comecei a fuçar as vitrines, examinar os pares de sapatos coloridos, ler as placas promocionais e tentar me concentrar para saber se realmente aquilo era promoção ou apenas um preço pintado de vermelho ao lado da palavra “off" para chamar atenção das consumistas de plantão. Ou por impulso, como eu.

Na primeira meia hora eu já tinha comprado o que viera comprar: o presente de aniversário de 1 ano da minha sobrinha numa lojinha de brinquedos educativos escondida e uma sunga nova pra estimular o namorado a me acompanhar à praia. Ok, confesso que aí já havia cometido um excesso: comprei desnecessariamente uma calça pra aula de ginástica. Eu tenho várias. Mas aquelas manchinhas na bunda realmente vão me estimular a malhar mais! Vou me sentir uma aluna de academia moderna! As outras calças que tenho são tão outdated!

Continuei investigando vitrines, experimentando sapatos, olhando lojas e a todo momento lembrando de algo que eu precisava comprar. (Precisava?!) Quando vi já eram 11h e eu estava atrasada pra manicure! Eu não percebera, mas havia se passado uma hora e meia e eu ainda estava na segunda quadra do bando de quadras com lojinhas que eu pretendia olhar com calma. Desesperada, sai correndo para chegar a tempo pra manicure.

Após uma hora sentadinha no mesmo lugar sem ver vitrines, pensei que estaria mais calma. Mas um pensamento no fundo da minha mente me assaltava: shopping, shopping, vá ao shopping. Lembro que cheguei a pensar “melhor ir pra casa, o shopping é distante e eu não tenho nada pra fazer lá". E lembro que imediatamente aquela voz do mal que ecoa em nossas cabeças me disse "ah, vai pro shopping sim. Que mal tem? Apenas pra almoçar e pegar um cinema!"
Não resisti.

O shopping parecia ter ainda mais atrativos do que as lojinhas de rua. Entrava e saía frenética em busca das melhores promoções e das vendedoras mais simpáticas (É, porque, vendedora antipática ninguém merece e eu já tinha mandado duas tomarnocu naquela manhã).
Disputei cabides com outras mulheres consumidoras.
Procurei com afinco o melhor par de rasteirinhas (e coloquei nos pés na hora para me sentir mais confortável em caminhar milhas e milhas entre as lojas).
Empurrei diversas crianças pro lado. (Protesto: Não sei porque as pessoas insistem em levar crianças para lojas!!! Elas acham que as araras de cabides são esconderijos das árvores!!! Pior: acham que todo mundo está a fim de brincar com elas! Aff!)
Comprei e comprei feliz...

Resumindo: saí do shopping com 3 vestidos, 2 brincos, 5 anéis, 2 sapatos, etc etc. Se me perguntarem, não sei bem porque comprei uma das blusas pois sabia que não cabia em mim (só quando eu emagrecer); tenho consciência de que não precisava de 5 anéis, mas eles eram irresistivelmente lindos e perfeitos pra mim; os brincos comprei porque precisava mudar de prateado para dourado (cansei de usar apenas bijus prateadas) e os vestidos, bem, estavam em promoção, tem motivo melhor? :)

Agora estou em casa cansada, com os pés doendo, dor na lombar de tanto ficar de pé... Mas se me perguntarem se valeu a pena... Ah, claro! Como não! Estou me sentindo satisfeita como se tivesse transado com um homem super competente e carinhoso a noite toda! Ou comido algumas barras de chocolate importadas! Ou voltado de uma empolgante viagem ao exterior! (três das melhores coisas da vida!)

Ai ai. Quando será o próximo dia de compras? :)
Estou ansiosa por ele!




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