terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Pessoas se casam, têm filhos.
Os filhos se casam, têm filhos. E assim segue...
Bem, atualmente, nem sempre é só isso.
As pessoas não se casam mais obrigatoriamente. Se há o casamento, há também a separação na mesma proporção.Também não se tem mais filhos na sequência e por imposição da sociedade.
Mas e quando há filhos? Como ficam os laços? Os antigos laços, os novos laços...

É discussão interminável para o Direito, que dedica um de seus ramos, Família, a tratar das novas configurações familiares. Isso para ficar no mais simples, avós, pais, mães e filhos. Há outros tipos como as homoafetivas e as famílias de consideração, adotivas, as quais não tratarei aqui.

Então os filhos surgem trazendo novas situações.
Situações como a da avó que não digeriu a separação de fato há mais de 10 anos do avô, com o qual ainda é legalmente casada e tem dois filhos. O avô, como a maioria dos homens, não ficou sozinho e tem uma nova companheira. União estável e definitivamente estável. Ela, por sua vez, é divorciada e tem um filho já casado.

Aí surge uma netinha querida, linda e angelical. E o inferno se instala nesta família de novo formato: avó sozinha, avô em união estável com companheira, filho em união estável e pai da netinha.
Até aí nenhum problema, pois as partes nunca têm que se enfrentar num mesmo ambiente. Ocorre que a netinha é a aniversariante do mês.
Bem, todo ano ela fará aniversário, por anos e anos. Aniversários unem família... ou não!



 Então fico aqui imaginando como seria (ou será) colocar as duas avós na mesma festa, na mesma sala, chamá-las pra tirar foto com a netinha, exigir sorrisos de "vós" felizes. Uma achará que a netinha é oficialmente apenas dela. Mas a outra, que curte a menina desde o nascimento, se sente e é considerada pelo enteado pai da criança como parte da família, sente que é avó também. É avó sim! E quem dirá que não é?

Será que a festinha coloridamente infantil se transformará num cenário de crime hediondo?
Será que as pessoas serão aterrorizadas por cenas de ciúmes dantescas?
Ou será que apenas sairão nas fotografias as caras emburradas de todas as partes envolvidas: vovós rancorosas, vovô disputado e desconfortável, além de pais chateados e tios constrangidos...

As pessoas deveriam aprender a lidar melhor com os sentimentos. É a única forma dessas situações se resolverem ou nem se formarem. Deveriam evoluir para entender as novas relações e tomar decisões quanto às suas ações sobre elas.

É inconstitucional a discriminação sobre a família, mas é também insustentável ver vovozinhas engalfinhadas numa luta de puxões de cabelos ou bate-bocas homéricos sobre quem é "oficial" e quem não é nessa nova família...

Seguem cenas dos próximos capítulos...

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