Numa segunda-feira chuvosa fui trabalhar normalmente.
Acordando de madrugada, saindo de casa ainda escuro e esperando um ônibus que
custa R$ 10,00. Horas de engarrafamento, chuva alagando as cidades de Niterói e
do Rio. Tudo normal.
Dormi no ônibus. Acordei assustada com um ruído alto e
confuso. Eram vozes, milhares de vozes. Demorei a entender de onde vinha o som
da confusão, mas quando virei a cabeça para olhar pela janela do ônibus vi o
que era. Uma onda de seres humanos, alucinados, violentos, gritando e correndo
juntos em direção ao ônibus parado na Av. Presidente Vargas.
Um horror! Vinham em bando gritando e correndo em meio aos
carros, parando a maior avenida de chegada ao centro da cidade. Vinham
violentos batendo nos capôs dos carros, chutando tudo, engolindo quem estava
passando na calçada ou subindo as escadas para a passarela. Vinham correndo,
uma turba*, em direção ao meu ônibus!
Arregalei os olhos e me desesperei quando olhei para a porta
do ônibus e vi que ainda se encontrava aberta. Os delinquentes chegaram até a
porta e iam invadir o ônibus! Os passageiros se agitavam e abriam as cortinas
tentando entender o que acontecia. Socos na lataria, barulho de desordem e
violência do lado de fora! Gritos de intimidação contra a minha janela. Apavorante!
Felizmente o motorista conseguiu fechar a porta do ônibus e
arrancar dali. Outros carros não tiveram a mesma sorte... E os manifestantes
fecharam as pistas da Presidente Vargas atrás de nós, na hora do rush matinal,
numa segunda-feira chuvosa...
Depois, li nos jornais que eram pobres manifestantes despejados de
uma invasão de terreno privado de uma companhia de energia. Pobrezinhos sem
condições de moradia. Cidadãos que estão acampados na frente da Prefeitura do
Rio apenas querendo negociar...
Cidadãos?! Pobrezinhos?! Manifestantes apenas?! Só para os jornais, né?
Eu estava lá! Eu vi a destruição e a violência contra os
cidadãos (esses sim) que iam cumprir seu dever e trabalhar! Eu considero aquilo
um bando de delinquentes, devastadores, bandidos baderneiros! Não é assim que
se busca “dialogar” com o pode público!
E querem casa? Vão trabalhar pra pagar
como o resto de nós, trabalhadores, e não ficar invadindo terreno particular
pra criar favelão e depois pedir bolsa qualquer-coisa e minha-casa-minha-vida do
governo, com o dinheiro do contribuinte (que eles não são)!
Nesse Brasilzinho de merda dominado por políticos de merda,
qualquer criatura vândala é considerada “cidadão” e ganha bolsa-miséria em
troca de apoio político. Esse povinho de merda que não almeja nada mais que um
teto pra encher de filhos, uma cerveja com churrasquinho na calçada e jogo de
futebol está cada vez maior e mais dominante. Estão invadindo e depredando. Querendo casa e comida de graça. E
ainda estão sendo protegidos pelos direitos humanos e associações de moradores pobres-coitados depois que a polícia enche de porrada.
E nós, trabalhadores comuns, classe mérdia, que ainda
sustenta esses absurdos do país, fica cada dia mais assustado, mais oprimido,
com menos direitos, menos possibilidades...
Onde isso vai parar? Se é que vai...
* Turba = Multidão desordenada, geralmente com a intenção de
fazer justiça com as próprias mãos. A “turba” é um
fenômeno social primitivo das cidades pré-capitalistas. Pode-se dizer que a “turba” era formada pelos pobres
urbanos, assalariados ou não, que, em tumulto ou em rebelião, saíam pelas ruas
fazendo arruaça e saques e reivindicando, na maioria das vezes, o
restabelecimento de ordem anterior ou o cumprimento de normas preestabelecidas.
Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/turba/
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