sábado, 12 de abril de 2014



Ah, o amor!
O amor vendido pelas editoras, alardeado pelas fábulas, aumentado pela indústria do consumo, superesperado pelos pobres mortais. Aquele amorzinho enfiado desde cedo nas mentes femininas, o tal "romance". Aquele amor eterno que as igrejas pregam que todas as pessoas devem viver. O amor idealizado que a humanidade supervaloriza... 

Será que o amor é assim mesmo?

Durante muitas léguas andei sozinha. Em outra época caminhei em áridas paisagens colhendo cactos, encontrando certamente bandidos que me saqueavam. Usufruiam do que queriam e fugiam. Triste. 



Então, mesmo que negando veementemente, aspirei à esse amor. Desejei profundamente as historinhas românticas socialmente impostas. Esperei... Tentei... Cacei... e me estrepei.
Desisti.
Segui pelo caminho sozinha agora tendo aprendido a lidar com os bandidos, já que era inevitável encontrá-los. 
Anos se passaram...

Um belo dia, sem mais nem menos esbarrei em um vira-latinha simpático e esperto. Olhei pra ele sem pretender nada demais, sem esperar o tal amor.
As semelhanças nos fizeram criar um pacto só nosso. Namoramos logo de cara. Nada padrão. O amor não existia. Apenas o interesse mútuo, o mesmo objetivo em um relacionamento. Aprendemos um sobre o outro. Vivemos.


O vira-latas ficou interessante. Sempre companheiro, sempre compreensivo e principalmente interessado em conhecer mais a fundo, em saber como funciona a moça aqui. Inteligente e cheio de truques o vira-latas foi ficando. Foi marcando seu território na minha vida. Foi se fazendo importante.

E eu seguia essa nova trilha. Totalmente diferente. Sem ser arrebatada pela paixão avassaladora dos contos de fadas e das canções populares. Ainda esperava a tal paixão cegar meus sentidos como antes, transtornar minha cabeça e me deixar sem ar... Mas não foi nada assim.

Nunca foi assim entre nós. 
Foi simples e direto. Duas pessoas que não tinham o que esconder. Adultos o suficiente para saber o que queriam. E principalmente, maduros o suficiente para conhecerem cada qual a si mesmo. Autoconhecimento é a chave. 



E o amor veio vindo. Sem ser esperado. Sem vir depois da loucura da paixão. Sem avisar. Foi o tempo, a história, o dia a dia, e o empenho de nós amantes que desenvolveu o tal amor.

E, confesso, não é arrebatador. Não é alucinante como uma droga. Não desnorteia os sentidos. 
Parece chato? Errado!
É exatamente por isso que é especial!

O amor que tenho é verdadeiro porque tem base, foi bem construído. Com muita dose de verdade, muitas porções de dedicação, respeito e de desejo de constituir um casal íntegro e uma pitada essencial de companheirismo.
Isso sim faz o amor verdadeiro, daquele que não vem à cavalo, não é príncipe, não exibe aparência dentro do padrão e não tem o "felizes para sempre" sonhado por muitos.

O amor que eu tenho, o amor que temos, é coisa  séria, de verdade, pautado no dia a dia, no companheirismo, nas decisões em comum, na verdade, no compartilhamento de tudo. Sem ciúme, sem mentiras, sem segredos, sem paixões plastificadas. É oque é. É o que tem que ser.
E é maravilhoso!



Obrigada, gatinho, por todos esses dias ao meu lado, me dando o suporte que preciso e sendo o par perfeito para qualquer batalha que venhamos a travar e para qualquer prazer que desejemos desfrutar!

0 comentários:

Postar um comentário