As células, partes integrantes do corpo humano, microcomponentes de todo o organismo, responsáveis por cada uma das reações, emoções, funções dos órgãos e sistemas e normalmente esquecidas.
As células, matérias-primas da vida, que trabalham à exaustão na nossa respiração, carregadoras das mais diversas partículas, de alimentos, hormônios, até antígenos guerreiros para nos defender dos invasores que nos querem fazer mal.
As células, uma rede de trabalhadores especializados incansáveis que se une em prol de um organismo plenamente funcional. Danadinhas.
Células: partes integrantes do nosso existir.
Nascem, crescem, executam sua função, se multiplicam e morrem.
Nascem, crescem, executam sua função, se multiplicam e morrem.
Nascem, crescem, executam sua função, se multiplicam e morrem.
Até que...
Nascem, crescem, executam sua função, se multiplicam, se multiplicam, se multiplicam, se multiplicam... neoplasias malignas.
Impressionante pensar que pequenos componentes de nós podem se voltar contra nós mesmos. Mas assim são as células mutantes. As excluídas, as que, por puro erro da natureza, desviam-se do comportamento normal e começam a crescer disfuncionais. E se multiplicam sem parar, invadindo tecidos, correntes, espaços intersticiais, órgãos, pessoas inteiras... vidas.
Algumas células, então, conseguem tirar o sorriso do rosto. Tiram a alegria das pessoas. Acabam até com a vontade de continuar vivendo, que é o instinto mais básico das criaturas. E contagiam também outras pessoas ao redor, que não têm nem contato com as células mutantes malignas. Contagiam sem contagiar. Ampliam muito seu raio de ação, atingem parentes, amigos, amantes, almas...
Destroem famílias, trabalhos, planos. Destroem os corações.
Então, algumas células tiram das pessoas os sonhos e as esperanças... e sem eles, nada mais há.
Oncologistas, hematologistas, radioterapeutas, cirurgiões. Nobres senhores vestidos de branco e seus vários auxiliares usam suas mágicas e tecnologias para tentar reorganizar o organismo descontrolado. Radiações, substâncias intravenosas, químicas mil invadem o sistema doente tentando trazer a cura. Às vezes conseguem. Às vezes não.
Então, se as células começarem a se descontrolar, o mais importante é manter a cabeça no lugar e não deixar que algumas delas roubem sua vontade de viver.
Se o problema for muito menor que nós, se preocupar demais é besteira... e se o problema for muito maior que nós, se preocupar demais não adianta. E se o problema for do nosso tamanho, em vez de se preocupar é o caso de enfrentar.
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