Estar apaixonada é ruim.
O sentimento de apaixonite nubla todas as possibilidades da vida. E a vida é tão cheia delas!
Como podemos deixar esse sentimento tão sem explicação nos roubar a única coisa de valor em nossa existência: a experiência de vida?
Deveria haver um remédio contra a paixão, quando ela se tornasse cruel, é claro. Ou seja, o remédio seria indicado para estimular novamente as conexões nervosas a sentirem outras coisas que não sentimentos e pensamentos no ser amado. E o momento correto para tomar o medicamento seria quando não estivéssemos sendo correspondidos, que é quando a apaixonite se torna extremamente nociva.
Quando o mundo cor de rosa se tornar cinza tendendo a preto temos que nadar pro outro lado. Fujam! É hora de desistir. Eu desenvolvi um artifício, já que os incompetentes cientistas não criaram drogas inibidoras dessas funções sensoriais nervosas do nosso estúpido cérebro. O artifício foi focar nos defeitos do ser adorado.
Claro que é muito difícil enxergá-los quando em estado de apaixonite. O torpor que toma sua mente quase impede de perceber que aquela pessoa não é perfeita e, principalmente, que não é a única no mundo. Mas eu fui aos poucos conseguindo. E pior, estando ao lado dessa pessoa dia a dia.
Posso dizer que estou curada? Da apaixonite, sim. Mas da vontade de voltar àquele estado anterior e sentir tudo de novo não. Isso eu desejo todos os dias. Pego-me pensando nisso tantas vezes por dia que acabo sonhando com isso também. Dizem que é o inconsciente. Ok. Deixem o inconsciente entender, no tempo dele, que as coisas não são como sonhamos, nem como queremos.
E assim vou seguindo. Sem estar apaixonada, mas sentindo saudade da paixão que vivi.
Morrendo de vontade de ter nos braços e fazer carinho naquele corpo enorme que tive pertinho de mim por alguns bons e memoráveis momentos.
Penso que é um desperdício. Mas sei que deve ser assim. Não depende só de mim. É a tal resiliência.
0 comentários:
Postar um comentário