segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Tenho vivido várias coisas.
Três semanas e muitos sentimentos com os quais lidar e alguns muros a serem demolidos, tijolo a tijolo. Algum trabalho a fazer, mas sem prazo, sem pressa. Muita diversão. Muita sociedade e aprendizado, a dois. E isso é bom.

Desde a assinatura do contrato eu estou assim, tranquila. Ando feliz. Sim, ando feliz como um cachorrinho solitário que encontrou um outro vira-lata para acompanhá-lo em sua vidinha, brincar com ele, dividir o ossinho com ele, rolar feliz com ele...



Amigos me cercam com os melhores conselhos. Desejam sucesso no meu novo empreendimento contratado. Vejo sorrisos e aprovações por todos os lados. Alguns avisos de cautela, mas muita esperança. E isso também é bom. Ir com calma, deixar-se levar pela oportunidade, estar aberta aos sentimentos, curtir cada momento, não ter pressa. E dá? Sou daqueles cãezinhos frenéticos que querem tudo ao mesmo tempo e na hora! Daqueles que está sempre com a língua de fora, pronto para brincar, correr, conhecer novidades, experimentar ao máximo, mergulhar de cabeça, sem medo nem noção.

Mas começo também a perceber que há alguns muros para desconstruir em minha própria cabeça. São os murinhos de proteção que criei ao longo do tempo. Tenho dificuldades de dizer certos termos do contrato, como a denominação do cargo do meu sócio. Acho difícil ouvir certas coisas doces que ele me diz, fico encabulada. É ainda mais complicado dizer outras de volta para ele, sinto-me nua demais.
Talvez o coraçãozinho lanhado e amassado que bate aqui no peito tenha desaprendido a acreditar. Mulher de pouca fé, me dizem. Pois é, fui ficando assim sem perceber.

Apesar disso, sou incansável na buca pelo que desejo. E o faro está afinado para essa nova possibilidade na vida. E estou feliz demais. Feliz como não sabia que podia. Feliz como há muito tempo não me sentia. Então está bom. E só tende a melhorar, pois estou voltando a acreditar. Talvez possa haver um futuro mais ensolarado e colorido do que o que eu pintava para mim mesma. Só preciso de um tempinho para me adaptar à ideia.

Delicioso é saber que ele enxerga. Enxerga tudo, através de mim. Gostoso demais é saber que ele usa as lentes castanho-claras dos meus olhos para ver o meu mundo.
E gosta dele.
Gosta de mim.
Eu gosto dele...

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