sábado, 30 de janeiro de 2010




Manhã quente de verão. A luminosidade a despertou lentamente de seu sono e sonhos mais profundos. Abriu os olhos, ainda um pouco cansada e imediatamente lembrou da dança da noite anterior. Sua mente não podia pensar em outra coisa que não a dança. Sensual, envolvente, quente... Ela jamais esqueceria aquela dança! Ela dançara com um lobo. Wolverine, seu lobo...

Levantou da grande cama deixando lençóis amassados de uma noite agitada de sonhos, correu para a frente do espelho do quarto e observou seu corpo nu. Reparou na textura macia e leitosa de sua pele... e era impossível não reparar nas marcas. Manchas negras se espalham pelo pescoço, quadris e seios. Desta vez os arranhões e tapas das pesadas mãos de Wolverine deixaram desenhos desconexos em sua bunda. Sua pele perfeitamente branca revelava todo o ritual da noite anterior a qualquer um que demorasse o olhar por 0,3 milésimos de segundo em seu corpo. Ela balançou a cabeça em sinal negativo, ainda com olhos fixados no espelho, e sorriu luminosamente.

Deslizou as mãos pelos quadris, sobre as marcas enormes das mãos dele e sorriu satisfeita. Era verdade. Era real e as marcas provavam isso. Wolverine havia sido dela. Havia dançado com ela. Ele realmente a havia enfeitiçado com seus olhos sedurores e atitude dominadora. E ela se entregara sem medo àquele homem, àquele animal, àquela dança...

Ainda acarinhando suavemente sua pele lembrou de cada detalhe e sentiu arrepios por toda a pele, e aquele frio gostoso no estômago. Não importavam as marcas físicas... o que ele realmente deixara nela eram impressões mais profundas, em seus pensamentos e sentimentos. E ela não sabia bem o que fazer com aquilo. Só tinha uma certeza: queria aquele homem cada dia mais! Queria que ele fosse só seu!

Mas sabia que ainda tinha que deixá-lo ir. Wolverine era selvagem, um lobo que vagava pela cidade, tinha seu próprio caminho, suas próprias prioridades. Era delicioso perder-se em seus olhos e tê-lo tão junto de sua pele naqueles momentos únicos em que se via sozinha com ele, mas ao mesmo tempo era dolorido deixá-lo ir, pela floresta, solto, de volta ao seu esconderijo, onde tinha sua vida... Longe dela. Longe de seus olhos. E longe do seu amor.

Espantou da mente os pensamentos ruins. Não queria e não iria pensar neles! Ela sabia das condições de Wolverine quando resolveu ceder à atração magnética que ele exercia sobre ela. Então não podia ser estúpida agora e clamar pelo que não era seu. O máximo que poderia ter de Wolverine era um vislumbre de sua alma e parte de seu coração, além de todo o seu corpo. E isso já era algo mágico... Como a dança da noite anterior...

...

Sentiu seu corpo sendo empurrado em direção à parede. Sem entender a força que deslocava seu equilíbrio, inclinou a cabeça levemente para cima e examinou o rosto de Wolverine de pé à sua frente. Ele tinha os olhos possuídos por aquele desejo que ela já conhecia. Olhos penetrantes, violentos, que deixariam qualquer uma amedrontada... mas que surtia nela outra reação. Imediatamente sua pele arrepiou e ela entendeu que era o lobo quem estava ali olhando fixamente para ela, como um animal que observa a presa imóvel, imaginando a melhor maneira de atacá-la e fazer dela prisioneira.

Wolverine aproximou-se, empurrando todo seu corpo contra o daquela mulher e, mantendo suas mãos presas na parede com suas garras, começou a farejar... Percorreu o pescoço, aproximou-se dos lábios, cheirou a face. Soltava curtas bufadas de ar perto de seu rosto e corpo. Aspirava toda a doçura do cheiro de fêmea dela. Ele podia sentir cada nota da fragrância de mulher que ela exalava. Suas narinas se expandiam e se contraíam enquanto ele se aproximava quente da pele dela, absorvendo sua essência, reconhecendo o cheiro de sua presa.

Ela oferecia alguma resistência à pressão do corpo dele contra o seu, que a esmagava contra a parede, mas ao mesmo tempo era impotente diante de tamanha força... mais ainda, da força daquele desejo. O olhar marcante de lobo ordenava que ela ficasse quieta, que o deixasse fazer o que quisesse. E ela sucumbia, obediente a ele. Ele tinha um magnetismo impressionante! Ela simplesmente não podia resistir ao desejo que brotava da hipnose que Wolverine exercia sobre ela. Principalmente quando estava assim, muito perto dela, colado ao seu corpo, respirando o ar que ela soltava por entre os lábios e com aquele olhar verde vidrado nos seus olhos cor de mel.

O desejo se tornou insuportável para ela, torturada sob seu olhar e tendo seu pescoço farejado até a base da nuca. Ela tentou um beijo em seus lábios tão próximos mas ele se esquivou, trazendo o pescoço levemente para trás. O olhar sedutoramente sério ainda a mantinha fixa sob seu domínio. Ela ardia de desejo sentindo a pressão do corpo de Wolverine contra o seu. Encarou seu olhar e aproximou seu rosto, lentamente dessa vez, da boca dele. Os grossos lábios sedutores entreabertos emitiram um rosnado grave... E ela parou imediatamente observando os milímetros que distanciavam sua boca da dele. Era mortal! Não conseguia estar tão próxima e impedida beijá-lo! Ele a torturava com essa tensão. Ela adorava!

Quando ele deciciu, abocanhou-a com um beijo quente. Ela gemeu. Cedeu a ele, que podia sentir que a resistência que ela oferecia contra suas garras diminuía à medida que sua língua acariciava os lábios dela, a boca toda. De repente, parou novamente e encarou o belo rosto feminino que o olhava ardente de desejo e assustada sem saber o que esperar do lobo. O rubor já dava um tom rosado à delicada face dela e seus lábios brilhavam úmidos com sua saliva. Outro beijo arrebatador na fêmea e ela estaria pronta. Ela ofegava... por ele. Tonta. Perdida... em seus braços. Como ele queria!

Por um segundo ele afrouxou os pulsos dela e rapidamente ela se pendurou em seu pescoço buscando seus lábios com desejo. Ele se deixou provar o doce beijo da fêmea e quase... Mas ela devia saber quem mandava ali! Como ousava quebrar a hipnose que ele lhe impunha? Raivosamente girou o corpo da mulher e prendeu-a de frente para a parede, segurando ambas as mãos dela dentro de uma só mão sua. Encostou seu peito nas costas nuas dela sentindo a pele macia e levemente úmida de suor. Ela gemeu alto... O instinto animal de Wolverine intensificou sua força com aquele som de mulher. Aguçou seu apetite pela fêmea. E, no fundo, ela sabia disso.

Ela tentou dizer alguma coisa e ele mandou-a calar-se. Aquele era o momento dele! Ele era o alfa! E pôs se a farejar a nuca de pele branquinha, onde os longos cabelos começavam. Agarrou os cabelos dela com força, torcendo-os para o lado e forçando a mulher a deitar o lado esquerdo da face contra a parede. Ela forçava seu corpo praticamente nu contra o de Wolverine, na intenção de libertar-se de suas garras, mas ele não cedia e esfregava seus pêlos na pele dela ainda farejando cada centímetro de suas costas e nuca. Sua fúria animal crescendo...

De repente um som de tecido sendo rasgado tomou o ambiente... E outro som como aquele se repetiu logo em seguida... Ela estava apavorada! Aquele homem estava insano! Ela mal podia acreditar no que ouvira... e sentira... Ele usara a única mão que tinha livre, que não estava usando para mantê-la presa à parede, e puxara a fina lateral de sua calcinha branca para cima, enterrando-a em suas carnes até rasgar a pequena peça de roupa. Monstro! Louco! Tentou protestar mas levou um tapa. Ele não pretendia machucá-la, mas só deixar sua vítima tonta e sob controle... Ela gemia de prazer.

Ele continuou destruindo o tecido que ela tinha agora entre as pernas com ambas as mãos, e eles agora dançavam para trás, desencostando da parede. Ela gritou e mais uma vez tentou se desvencilhar das fortes garras de Wolverine, mas ele, percebendo a potencial fuga da vítima, usou todo o peso de seu corpo para voltar a amassá-la contra a parede. As mãos dele ainda entravam por suas carnes puxando os últimos fiapos de pano que restavam ali, presos aos quadris dela... Ele rosnava grotescamente deliciando-se com a cena. Ela gemia alto, gritava que ele estava louco, que tinha que parar com aquilo... E ele delirava com o espetáculo de sua presa... e ela delirava com a ideia de ser realmente a presa daquela vez...



Quando ele finalmente a soltou e se afastou de seu corpo, ela estava ofegante de desejo. Olhou de relance os farrapos de sua calcinha pelo chão e afagou sua bunda, sentindo a marca da mão dele, onde sua pele estava ainda mais quente. Estava perdida de desejo, completamente alucinada por ele e correu para cima daquele homem enorme agarrando-se a ele perto da cama. 

Ele sorriu maldoso. Um sorriso lateral, que completava o olhar dominador que ele lançava sobre ela. Jogaram-se finalmente na cama, agarrados um ao outro, disferindo beijos ardentes como se fossem socos em uma luta mortal de luxúria e sensações ilimitadas! Uma dança de paixões. E foi a vez de Wolverine  receber o corpo dela sobre o seu, sentindo a ávida língua felina percorrendo seus músculos e descendo pelo seu peito até encontrar o que ela buscava... Uma das únicas maneiras de controlá-lo...

Como uma gata dando banho em sua cria, ela arrastava sua língua com força contra a pele dele. Ele soltava ruídos de prazer e a agarrava pelos cabelos forçando-a a saboreá-lo. E a gata era gulosa e fazia desenhos com a língua úmida massageando cada centímetro seu... Dançava com a língua acariciando-o...

Nesse momento ele arrastou-a pelos cabelos, puxando-a para cima, e deitando a fêmea ao seu lado. Ela enrroscou-se nele e ele latejava de vontade de possuí-la. Não era comum o que eles sentiam juntos! Não havia maneira de resistir! Era forte. Era intenso. Era animalesco!

Arrastou-a pelas ancas, sob fracos protestos, e enfiou todo o seu ser dentro daquela mulher. Sentiu seu calor, sua umidade, sua ternura, sua paixão. A pele rosada e macia cedia à força dele. E ele investia impiedoso, deliciado com os gritos ensurdecedores que escapavam pela garganta dela. E também entregue à selvageria ela pedia mais! Gritava e pedia mais! O frenesi de corpos misturados, os suores envolventes, os cheiros mesclados... o ápice do prazer. E Wolverine soltou um uivo, e cravou os dedos na pele das ancas da fêmea, puxando-a contra si uma última vez antes de soltá-la e deixá-la cair exausta sobre o colchão.

Depois, como um cão fiel, Wolverine deitou ao lado dela e a abraçou. Ficaram assim, juntos e satisfeitos. Amados. E adormeceram juntos, enrroscados, carinhosas mãos movendo-se suavemente pela pele. Carinho. Paz. E o sono dos anjos...


2 comentários:

  1. muito bom o texto!! belas historias
    to viajando nas suas palavras!
    passei por isso tbm....o legal ou o ruim é que a paixão passa!!eheheh
    abç

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  2. Obrigada, querido! Olha, a paixão acaba, mas minhas sensações ficam impressas nesses textos aqui... e, pra mim, isso é viver! ;)
    Divirta-se, pois ainda vem muito mais! Tenho certeza!

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