Ela mal pode esperar que o dia acabe, que os últimos raios de sol se despeçam do céu e o tragam para ela. Ele virá dessa vez. Nada pode separá-los. A força da atração é quase visível, e forte como a de um grande íma atraindo o metal adamantium que integra cada osso do corpo dele.
O tempo se arrasta e é torturante cada segundo dele. Ela fica à sua espera, no meio da multidão daquela hora da tarde. Posta-se perto de uma árvore, sob um raio de sol, ansiando tê-lo por perto quando seus olhos finalmente o avistam procurando por ela. Lá estava seu Wolverine. Parecia caminhar sozinho para ela em meio ao turbilhão de vidas ao seu entorno. E ainda, para ela, era como se apenas ele estivesse lá.
Ainda disfarçados e evitando o toque inicial que dispararia um incontrolável desejo, seguem lado a lado para um local mais seguro. Ali seria perigoso para ambos. Há olhos do mau por toda parte. Todo o cuidado é pouco. Ela resolve levá-lo para um local seguro que ela conhece, nos arredores da Cidade. Ali eles poderiam entregar-se um ao outro... Ali poderiam tornar-se amantes. Ali poderiam conhecer os segredos que ambos carregavam.
Já distantes dali e aconchegados num abraço demorado, trocando beijos carinhosos, ainda não acreditavam que seriam apenas os dois. Era difícil acreditar que podiam trocar o modus operandi e relaxar, serem eles mesmos. Não estavam mais a serviço. Poderiam arrancar as máscaras e olhar dentro da alma um do outro.
Uma conversa casual os distraía até que viram-se seguros. E sozinhos...
Wolverine olhava com desejo aquela mulher que o provocara tanto... Suas mãos não conseguiam ficar longe das curvas do corpo dela. Sua natureza ordenava que ele saciasse todos os seus desejos... Forte. Selvagem... Não resistiu aos comandos que o impeliam a apertá-la toda, a puxa-la só para si... Sua grande mão imediatamente deslizou por dentro da saia dela e ele enterrou com um puxão o pequeno recorte de tecido que encontrou. Isso o enlouqueceu!
O instinto de lobo o cegou e ele entregou-se irresistível à tarefa de destruir sua vítima. Desejou rasgar todas as barreiras que separavam seu corpo do daquela criatura curvilínea e macia, de carne branquinha e cheirosa. Os pelos negros que cobriam seu corpo masculino desejavam esfregar-se naquela pele lisinha de uma maneira implacável. Ela conseguiu de alguma forma esquivar-se de seus fortes braços incontroláveis e facilitou as coisas para ele, ficando nua e tornando-se sua vítima mais indefesa.
Ela o olhava ali, forte, finalmente nu à sua frente, como ela imaginara, com os olhos insanos de desejo desfilando pelo seu corpo. O calor da sua pele o desejava por inteiro. Queria mais do que nunca sentir Wolverine dentro de si. Queria sentir o peso do seu esqueleto metálico sobre seu corpo, afundar debaixo dele. Essa idéia tornara seu corpo receptivo a ele, o desejo escorrendo de dentro dela!
Mal arrancou sua própria roupa, jogou-se contra ele sabendo que encontraria a segurança e avidez de seus braços. Aquele cheiro selvagem a excitava. O tamanho dele a excitava.
O contato íntimo dos corpos suados era envolvente. Wolverine investia sem pena em sua vítima, que gritava indefesa, amarrada em seu abraço. Conquistava cada centímetro dela e tirava dela gemidos que só aumentavam a intensidade de seu lado animalesco... Queria mais! Muito mais! Sentiu que ela tentava se desvencilhar de seus braços fortes, mas que o agarrava pela cintura usando as longas pernas. Ela travava uma luta com ele... e gostava disso! Não era tão vítima afinal...
De repente a consciência dquele momento o desconcentrou...
Foi como levar um soco na cara. Imediatamente a selvageria deixou seu espírito e ele olhou para ela debaixo de si com olhos confusos. Observava aquele rosto angelical que tinha agora entre suas enormes mãos e sabia que não devia estar ali. Sabia que era proibido. Errado estar com ela. Ele não...
Inconscientemente uivou dolorido e saiu de cima dela, jogando-se no colchão em outra direção. Seus braços ainda não queriam soltá-la, mas dessa vez ele buscava proteção. Trouxe-a para si num abraço carente e protetor. Magoado. Culpado. Não sabia bem. Mas sabia que não queria deixá-la ir. Ela o completava. Então aconchegou-a em seu peito nu e pediu que ela ficasse com ele naquele momento. Que ficassem juntos e quietos. Ele precisava...
Ela percebeu tristeza e culpa. De repente o lobo enorme tinha se transformado em apenas um cachorrinho ferido que precisava de cuidados. E disso ela entendia. Aliás, ela entendia muito mais do que Wolverine podia imaginar. Então, acariciou-o como ele precisava. Acalmou seu espírito. Cantou palavras de carinho. Encheu-o de conforto.
Deitados lado a lado. Aconchegados um no outro como em um ninho. Os dedos dela desenhavam caminhos imaginários por entre os fios da barba dele. Ela estudava as belas feições daquele homem perdido que tinha em seus braços. Ele claramente se acalmara. E então ela aninhou a cabeça de Wolverine repleta de charmosos fios prateados em seu abraço carinhoso e observou seus luminosos olhos se fecharem pensativos. Ele agarrava-se a ela parecendo precisar mais dela do que nunca. O lobo definitivamente o deixara.
Nesse momento ele revelou sua alma. Despiu-se dos segredos que trazia consigo e que o atormentavam. Acreditava que ela entenderia como era complicado para ele. Havia tanta coisa em jogo... Regas, normas, seu próprio trabalho... e suas convicções. Sua vida, como ele conhecera até então.
Há algum tempo ele andava com os nervos em frangalhos e ainda assim resistia bravamente. Usava sua máscara para que ninguém percebesse seu sofrimento. Não deixara-se ser fraco em momento algum. Não podia pedir ajuda. Na verdade, era ele quem estava suportando tudo nas costas e ajudando a todos ao seu redor como era seu dever.
Mas aquele super-herói também tinha suas fraquezas... E ao lado daquela incrível mulher pôde desabafar suas aflições e receber conforto e compreensão em troca. Recebeu mesmo amor. Aquela mulher, naquele momento, o amava. Ele podia sentir que era querido. Não importava o quanto ele se atormentasse com as ideias embaralhadas em sua cabeça, aquela mulher o amparava e rapidamente dissipava seus temores. Ela parecia segura. Confiava nela. Adorava aquele novo ser que encontrara em seu caminho há tão pouco tempo... Já a adorava!
Dessa vez, já calmo, sentiu que voltava a se transformar em lobo. Seus pelos se eriçavam e sua fome por ela aumentava à medida que ouvia a melodia da sua voz tão perto de seus ouvidos, sem realmente conseguir focar no que ela dizia. Só sabia que estava calmo outra vez. Ou melhor... sabia que perderia o controle outra vez... Mas dessa vez o lobo viria com violência!
Cobriu aqueles deliciosos lábios femininos com sua boca sedenta. Os beijos daquela mulher o deixavam duro; o corpo dela sobre o seu tornava seu desejo praticamente incontrolável. Foi quando ela ajoelhou-se no colchão e tomou-o inteiro. Lábios cobrindo tudo. Ora acariciando todo o comprimento de seu membro, ora abocanhando-o com voracidade... Frenética...
Ele soltou um rosnado e agarrou insano nos cabelos sedosos dela, arrastando-a para a outra ponta da cama. Ela tornara-se sua vítima novamente e seu olhar selvagem seguia o contorno das carnes onde estava prestes a mergulhar. Entrou com violência sabendo que seria bem recebido. Ela gritou, implorou para que o lobo fosse menos agressivo, mas imediatamente pediu que ele avançasse mais. Ela gostava da luta. Isso também despertava um lado selvagem nela. Enlouquecedor!
Deslizou por dentro dela, enquanto puxava seus cabelos trazendo-a para si, e deliciava-se com a expressão de puro prazer no rosto dela. Um delicioso sorriso torno no canto da boca feminina o desafiava a possuí-la inteira, com toda a força de seu ser. Ela gritava como uma presa sendo abatida, mas o olhava faminta como uma gata no cio. Insensatez. Fogo. Tesão.
O lobo dentro dele tomou conta e ele cravou os dentres na pele macia da mulher que possuía agora. Sim. Ele a possuía: ela era dele! Ela não negava. Repetia obediente que ele era seu mestre, seu dono... Aquela doce e sensual criatura se entregava a ele, percebia sua alma, e agora conhecia o lobo gigantesco e selvagem que escondia dentro de si. Ela gostava dele do jeito que ele era, e isso o confortava. Ele encontrava paz, alegria e carinhos infinitos ali com ela... Ele a queria junto de si... Não tinha mais dúvidas.
Finalmente Wolverine desabou no colchão ao lado dela e entregou-se a ela... Deixou que ela explorasse seu corpo. Delicadamente as unhas vermelhas e compridas acariciaram sua pele quente, eriçando seus pelos, disparando uma corrente de eletricidade pelo seu corpo exausto. Foi se permitindo ficar fraco perante aquela mulher que cuidava dele.
Como uma gata, ela lambia cada centímetro do seu corpo extraindo gemidos, e não mais rosnados daquele homem grande e agora indefeso. Era inacreditável a quantidade de prazer que ele ainda podia sentir... Era impossível imaginar que ele não soubesse do que uma fêmea era capaz até então. Era inimaginável agora ficar longe dela...
Te adoro, mulher... - sussurrou antes de fechar os olhos relaxado e estampar um sorriso feliz no rosto dela.
...
Noite escura.
Woverine se fora. Suas marcas ficaram... E ficariam para sempre.
A fêmea mordida, arranhada, trazendo impressões das garras de Wolverine por todo seu corpo, sentia-se dolorida, terrivelmente exausta e extremamente feliz.
0 comentários:
Postar um comentário