segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010




Domingo estranho. Sábado esquisito...
Acordei num quarto que não era meu: num colchão que não acolhia o meu corpo e deitada sobre um travesseiro impessoal. Resumindo, acordei cheia de dores - também causadas pela dança com o lobo - e irritada. O calor opressivo do dia me desanimava a sair do lugar onde estava, mas eu precisava resolver o problema do celular. Por que fui perder aquela porcaria?

Corri para o shopping e comprei um novo aparelho, ainda melhor que o antigo e pelo mesmo preço, com um simpático vendedor que deu em cima de mim durante toda a venda. Tudo bem. Adoro usar meu poder feminino para ser bem tratada. É uma das vantagens de ser mulher. :)
Almocei e voltei para casa. Passei o dia escrevendo e lembrando do Wolverine. E tem jeito de não lembrar?
Mas eu não posso ficar assim. Não posso deixar esses pensamentos me dominarem. Os bilhetinhos que ele me escreveu - pequenos e carinhosos post-its cor-de-rosa pink - olham para mim, grudados em meu monitor. Meu novo celular só possui 1 imagem, que estou usando como fundo de tela: um desenho do Wolverine beijando apaixonadamente uma garota. É mais forte que eu! Me vi no shopping olhando, como uma criança boba, bonecos do Woverine em loja de brinquedos! Imagina a cena: uma mulher de corpo voluptuoso, usando um vestido leve e decotado, estampado em preto e branco, maquiagem de olhos marcantes e calçando elegante scarpin vermelho degradê, olhando encantada para bonequinhos do Wolverine nas prateleiras!? Se eu ainda tivesse filhos...

Mais tarde deixei-me levar por um papo semi-iniciado na internet que rendeu um convite para sair. Bom, sábado à noite, por que não? Esquisito porque o horário não é meu: 11 da noite? Isso lá são horas de sair? Um desespero de uma pessoa diurna como eu. Esquisito porque eu me deixei levar. Não estava realmente a fim de sair. Sentia-me cansada. Mas pensei: seria um modo de combater a overdose de Wolverine! Quem sabe eu me distraía? (Afinal, ninguém merece mais um sábado a noite em casa sozinha...)

Só essa ideia me tirou de casa naquela noite insuportavelmente quente de ontem, e tarde da noite. Mas as minhas pretensões foram frustradas porque me peguei citando o Wolverine diversas vezes para o meu e tímido acompanhante. Conversa inteligente e divertida. Mas totalmente amigável. Estranho. Não me lembro de ter saído com alguém antes e de voltar intacta. Sem toques nas mãos, sem contatos mais íntimos: apenas um amigo.

Cheguei no estranho horário de 3h da manhã e acordei cedo no domingo. Cansada ainda... Meu irmão estava na perinatal com a mulher em trabalho de parto. Pronto. Minha sobrinha nasceu lindinha, e eu sou tia.
Estranho também. Meu irmão até ontem era criança, brincando comigo e agora é pai... E eu, tia. Sei lá o que isso significa.

Ainda sem entender tudo aquilo, recebi uma estranha mensagem no celular. Uma mensagem linda, praticamente apaixonada, de um homem para uma mulher, que dizia sentir saudade, afinidade, carinho, admiração pela mulher, de um amor que começava e que ele queria que ela deixasse acontecer, para que vivessem uma grande paixão... Só dependia dela querer...

Com o novo celular vazio, eu não tinha ideia de quem poderia ter me enviado aquilo! Só apareceu o número, e eu não sei nenhum número de cor! E eu não quis ligar de volta. Fiquei pensando que poderia ser o Wolverine. Mas é óbvio que aquilo seria bom demais para ser verdade. E o Wolverine é proibido! Esconde-se em seu mundo próprio e não pretende abrir mão dele. É apenas um animal que caça sua presa, e depois de satisfeito a deixa ir.
Apesar disso, passei o final de semana todo acreditando, no fundo, tendo milhões de esperanças que aquilo fosse dele...

Não era. Um terrível engano! Frustração por não ser aquela mulher para quem o torpedo era endereçado... E frustração maior de achar que era uma declaração dele para mim!


Esquisito eu ter realmente achado que um homem, de verdade, iria sentir aquelas coisas todas por mim... Esqueci por um momento que eu não acredito no amor. Não comigo. Essas coisas não acontecem comigo. Nunca aconteceram... e embora eu esteja mudando, isso não mudou.

Keep that in mind, girl! It's safer!


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