sábado, 26 de junho de 2010

Passeio pelos perfis dos sites de relacionamentos e penso "Ele deve ser raso..."
Se a altura exagerada e o peso acima do IMC me chamam atenção, a conjunção do pouco (e das bobagens rasas) que escrevem com as escolhas das preferências descritas no perfil me levam a perceber a "rasitude" do sujeito... Imediatamente mudo de canal.

Profundidade. Preciso de profundidade. Alimento-me dos sentimentos, das complexidades da alma alheia (assim como da minha própria). Só posso admirar alguém que se exprime com clareza, libertando suas dores e alegrias ao falar, ao escrever, ao ser...

A profundidade vem daí, de dizer o que se sente nas entrelinhas. As linhas podem até ser simples, mas o que se percebe além do que é dito deve tocar a alma... É bonito ouvir um discurso emocionado, com qualidade sentimental, que me leva a sentir junto com quem fala. Sentir...



Gosto de olhos rasos d'água, de pequenos engasgos nos assuntos difíceis e de reticências no discurso, que dão tempo aos sentimentos evocados de voltarem pro lugar antes da pessoa continuar falando. Gosto de risos de verdade, de estórias de gente de verdade, de gente que conta sua vida levando-me junto em turbilhões de emoções. Quero me colocar em cada cantinho da estória do outro e sentir felicidade, tristeza, alegria, medo, pena, expectativa, amor... Ele precisa me levar junto, me prender com os laços da grandiosidade dos sentimentos humanos para que eu o admire.

E no final do discurso, não será preciso fazer comentários... estarei sem palavras, com o coração acelerado, um sorriso estampado no rosto ou uma enorme vontade de colocá-lo no colo, acolhê-lo e fazer carinho, ou ainda, com inveja por não estar com aquele ser humano maravilhoso quando passou por aquela experiência!

Incrível! Sinto inveja de não ter vivido grandes momentos ao lado das pessoas. Nunca ouvi falar disso. Não invejo posses ou posições sociais, invejo experiências! Aquelas experiências que enriquecem minha alma, que me exibem um novo ângulo da vida, que abrem portas, possibilidades, conhecimento.

É por isso que os homens rasos me desinteressam em segundos. São pequenas suas percepções da vida, são medíocres seus olhares sobre o todo, são curtas suas necessidades... são fracos seus sentimentos.
Preciso de profundidade!

A profundidade me encanta, me deixa tonta, com uma vontade louca de quero-mais. Aquela sensação de que não se pode mais viver sem a pessoa pois sua profundidade deve ser explorada. Sua sabedoria deve ser absorvida. Há troca. Há experiências que preciso aprender. Há admiração pelas experiências dela, que em mim geram enorme respeito, pela impossibilidade de serem reproduzidas e porque são só dela. Isso torna qualquer ser humano grandioso. E aí o porte físico, beleza ou riqueza se dissolvem como pó, pois a pessoa se torna grande, como um gigante, e totalmente merecedora do meu amor.

Mas os rasos... carecem de profundidade.
E eu careço de um ser profundo no qual depositar meu amor.


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