quarta-feira, 24 de março de 2010



O azul do belo dia de sol parecia cinza hoje.
Não havia expectativa no ar. Não havia perigo nos corredores, nem surpresa de encontrá-lo ao relaxar para um café. Não havia o abraço gostoso nem o bom dia carinhoso. Não havia como esbarrar.

Senti como se tivesse me arrumado à toa. (Embora o motivo do vestido e dos sapatos altos fosse outro...) Gosto que ele me cobice. Os elogios das pessoas foram em vão, pois era ELE que eu queria que me visse. Passou... Nada demais. Uma coisa assim. Sem pretensão. Gosto apenas de saber que ele está ali. Mas hoje não estava. E o dia pareceu mais longo...

Estranho. Achei que eu já tinha superado. Não sabia que me sentia assim. Mas, como eu digo para os que sabem: superei apenas 90%. (Ah, me perguntam como eu consegui mensurar um sentimento? É o que se aprende no meio de engenheiros: a atribuirtr valores a coisas intangíveis... Incrível como o cérebro se adapta. hahaha)

Hoje senti saudade sim. Acho que a palavra é essa.

Eu olhava e via ausência. Lugar vago. Cadeira vazia. Silêncio onde a gargalhada escandalosa de voz grave costuma preencher. Senti falta do riso, das brincadeiras, dos toques.
Saudade daqueles olhos verdes me examinando e do sorriso de garoto grande.
Sem graça o dia. Apenas tarefas cotidianas. Ainda bem que existem os amigos que deixam tudo mais colorido. Mas ainda assim os tons foram meio cinzas....

Enxerguei o corpo dele diversas vezes em outros homens pela rua. Aquele grande corpo que ocupa um espaço enorme e atraente para mim. Por vezes inacreditavelmente irresistível! Gosto de olhá-lo passar, andar, se mexer, falar. É bonito. Como é bonito. É um gigante de coração bom. E como é grande! Dá gosto de ver. O mundo devia ter mais homens desse tamanho! Eu abriria logo uma fábrica deles!
O andar apressado de grandes passos de sapatos 45 me fez falta. Sinto um prazer indescritível em vê-lo caminhar e sorrir pra mim.
Mãos grandes dançando no teclado. Cabeça torta, inclinada para o ombro segurando o telefone sem as mãos. Fala alta e animada. Sorriso fácil e delicioso. Lábios perfeitamente saborosos, grossos, excitantes... que me delicio só de olhar... E lembrar...

Não entendi.
Não queria, mas fez falta.
Hum...
Sei lá.

0 comentários:

Postar um comentário