domingo, 21 de fevereiro de 2010



Os lençóis me comprimem e o macio travesseiro extra ao meu lado esquenta meu braço, parecendo...
Parecendo não! É ele! Ele está aqui! Não são lençóis e travesseiros e sim seu corpo junto ao meu!

É delicioso poder tocá-lo pela manhã. Observo seu ronronar suave de fera adormecida e seu enorme tamanho, másculo e excitante para mim. Me viro de lado e é simplesmente perfeito encaixar em suas costas quentes e abraçá-lo com carinho.

Fecho os olhos e sinto, através do tato das pontas de meus dedos, seus cabelos, barba, a pele quente de seu pescoço e ombros... Largos ombros que abraço com meu outro braço e seguro por cima do peito. Ajeito sua cabeça para apoiá-la em meu peito e tê-lo totalmente envolto pelo meu corpo. Ele se mexe um pouco, quase despertando, mas meu carinho o faz continuar adormecido, feliz.

Meu corpo encaixado em suas costas transmite proteção e minhas carinhosas mãos oferecem o conforto que ele merece. Meu coração bate mais devagar, feliz, curtindo cada batida pois ele está aqui comigo. Finalmente meu. Finalmente ao meu lado sem reservas. Finalmente entregue à mulher que cuidará dele... Talvez até acredite que poderá agora ser plenamente feliz.

Vez em quando beijo sua nuca suavemente, sem querer despertá-lo. Sinto-me confortável, meu coração aquecido, pois estamos juntos e eu tenho a chance de provar a ele (e de sentir) que a vida pode ser incrível quando se está ao lado de quem se quer bem. Cada gesto meu é tão completo de boas intenções que fico extasiada só por ele existir e me fazer sentir tão plena.

Dêem o nome que quiserem a isso. Não vou rotular. É um sentimento e é maravilhoso. É para ele e com ele apenas. É nosso. Não me preocupo em receber nada de volta, mas é inerente a ele ser carinhoso. E foi o que me cativou nesse enorme gatinho selvagem. Ele me toca, me olha, me beija e me pega ora com paixão e tesão, ora com um afeto enorme... Só preciso disso. Só quero isso.

E ali, abraçada a ele, sinto-me finalmente completa. Não penso nos problemas, não penso nos poréns, nas lutas, nas dificuldades. Penso que somos um só e que venceremos o que vier, pois queremos continuar assim, quietos, abraçados, trocando carinhos, mesclando nossos corpos amantes, completando nossos dias...

Meu coração pede por um abraço mais forte e eu o comprimo mais contra meu corpo, ainda abraçada às suas costas, quando ele desperta suavemente e desliza sua mão para trás, alcançando a minha coxa, que cobre a sua. Sorrio sabendo e desejando o que acontecerá em seguida...
Deslizo minha mão que cobria seu peito para baixo e descubro que ele está totalmente acordado... pra mim...

Abro os olhos e...  estou sozinha.
Os lençóis me comprimem e o macio travesseiro extra ao meu lado esquenta meu braço, parecendo...
É, apenas parecendo ele.

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