terça-feira, 16 de fevereiro de 2010




Cinco dias de plena liberdade. Sem horários, sem restrições, sem regulações de comportamentos. E ainda, eu me sinto presa. Presa a ele. Parte de mim ficou com ele há alguns dias atrás e todo o meu ser quer sentir aquilo de novo.

É um vício. É isso! Estou viciada naquele prazer. Olhar para aquele homem enorme, peludo, sensual e sorridente é um vício, pois evoca em mim os melhores pensamentos. Lembro de todos os nossos momentos juntos e me pergunto se algum dia estive mais satisfeita. Imediatamente tenho a resposta enviada pelo meu cérebro aos cantos mais escondidos do meu corpo, sinto a umidade quente e o arrepio na pele, e sei que não. A resposta é não, nunca tive um homem assim. Ele é meu animal, meu ogro, meu senhor... e meu gatinho, macio, meu cavalheiro carinhoso. Ele é o que posso e o que não posso ter. Ele é o que tenho, do jeito que der, e o que quero ter sempre.

Desejo esse homem 24 horas por dia, e não sinto mais dor. Transformei a dor em saudade. Transformei o ciúme em uma certeza de que faço parte dos pensamentos e do coração dele também. Estamos entregues um ao outro e apenas as amarras sociais nos regem, como marionetes em um show encenado. Por isso é tão intenso quando estamos sós e cortamos os fios que nos mantém separados e com corportamentos padronizados e ensaiados. Se alguém reparasse em nossos secretos olhares e percebesse a profundidade da penetração deles, ficaria arrepiado de excitação.



Aproveitei esses dias... Corri solta nas areias quentes do belo litoral, sentindo cada grão de areia escaldante forçar passagem por entre meus dedos dos pés, distribuindo uma sensação maravilhosa de massagem ao caminhar. Corri de encontro ao mar, o mar que sempre me acaricia nos momentos complicados. O mar onde encontro conforto. As águas percorrem meu corpo, penetrando em todos os meus poros, me enchendo de uma sensação enorme de prazer e tranquilidade, refrescando minha pele. Nado e meus cabelos tocam as costas, brincando com as sensações, enquanto fazem desenhos carinhosos na pele avermelhada de sol. A praia é uma festa para os sentidos!

Mas se eu parar, me tornar espectadora daquela beleza toda, sozinha e reflexiva - como é o meu normal - percebo segundas sensações...

O mar tem aquele cheiro. Um cheiro molhado que traz aquele homem de volta à minha memória - de onde ele nunca sai, mas se esconde vez em quando. Farejo o cheiro de mar, cheiro de natureza, de mato molhado, cheiro dele... Saudade aperta no peito e eu susurro seu nome ao vento. Talvez o vento se encarregue de levar meu chamado até ele. Talvez, naquele mesmo litoral, a brisa sussurre em seu ouvido o meu nome, e o faça lembrar da mulher que lhe doou o coração e que sente sua falta.

A areia massageia meus pés e me lembra das massagens... Meus dedos passeando pela pele dele, seu ronrronar de gato acariciado e satisfeito. Lembro de minhas unhas desenhando carinho de leve em suas costas e dos seus gemidos gostosos em resposta. Quase posso rever, ali no ar, a imagem dos pelos dele se eriçando em ondas, sensíveis demais ao meu toque gracioso de mulher amante.

Então, sentada na areia úmida próxima ao mar, sinto a onda vir e lamber meus pés. Vejo automaticamente a macia língua dele provocando-me ao se esfregar entre meus dedos dos pés, um por um, extraindo de mim o sorriso mais sincero enquanto eu assisto àquele show. A água traz o toque suave que as mãos dele também sabem fazer...

E a onda vem novamente, dessa vez mais forte, e dessa vez envolvendo meu corpo e molhando meu interior. Sinto a água penetrando dentro de mim, tocando-me por dentro, acariciando meu corpo e deixando-no úmido. Impossível não lembrar de todas as vezes que ele se aproxima de mim, antes mesmo de me tocar, quando eu sinto a onda vindo pelo meu corpo, desde a nuca, trazendo arrepios sucessivos pela pele e culminando na secreção da umidade de mulher. O poder dele sobre mim é descarado. Apenas olhar para ele me deixa pronta. E quando estamos juntos, nos mais diversos locais, ele aproveita para enfiar a mão discretamente e constatar seu poder. Verifica no tato toda a umidade que sinto por ele. E chupa seus próprios dedos sedutora e lentamente olhando para mim, saboreando meu gosto e farejando meu desejo.

O sol me queimando por cima, de lado, de costas... Calor, extremo calor. O calor provoca suor, que me escorre pela pele e me arrepia com o leve toque descendo pelos quadris, entre as dobrinhas de minha carne. O mesmo suor que se une ao dele... Penso no calor, penso nos toques, penso nas sensações. Aquele homem alto, enorme, todo sobre mim, e me esquentando deliciosamente por cima, pelo lado, de costas, sem piedade, como o sol...



 Tento me distrair olhando as pessoas em volta de mim, mas se eu piscar duas vezes elas somem, de tão desinteressantes que são. Ficam transparentes como fantasmas, praticamente inexistentes, e eu volto a me sentir sozinha e a me divertir com as imagens do meu homem proibido fazendo as mais diversas coisas proibidas comigo... e trazendo aquelas deliciosas sensações viciantes.

Saudades dele... Vontade dele...

.

0 comentários:

Postar um comentário