segunda-feira, 19 de julho de 2010

Chovia muito, fazia frio. Ainda assim me arrumei para encontrar o Super Homem. Fazia tempo que não nos víamos apesar das conversas diárias. Dessa vez seria no mínimo interessante: ele me levaria para conhecer sua Fortaleza... A Fortaleza da Solidão... Finalmente!

Sim, era um lugar secreto. Entretanto, eu seria sua convidada nessa tarde, e sem hora para sair. Após 6 anos de encontros e desencontros, eu, mais do que todas, merecia conhecer a Fortaleza da Solidão, seu esconderijo, seu lar, lugar onde guardava seus segredos.

Avistei-o de longe, vindo em minha direção me buscar. Observei-o satisfeita. Grande. Muito grande. Maior do que eu me lembrava da última vez. Admirei com olhos vorazes seus dois metros de altura, reparei com intensidade em cada músculo de seu corpo, retardando-me no extenso e enorme peitoral de onde saíam imensos braços fortes e carinhosos. As coxas desviaram minha atenção enquanto ele caminhava em minha direção. A calça mal podia conter seus músculos, e ajustava-se, delineando o desenho másculo, a cada passo que ele dava. Coxas de um homem que levantava uma tonelada de pesos... Músculos de quem brincava com os quilos como se fossem plumas... Levantei os olhos com esforço e encarei seu rosto deliciosamente quadrado e extremamente atraente, reparando nos cabelos que agora iam ficando mais grisalhos a cada ano. Sorrimos um para o outro e ele me abraçou e me beijou levemente nos lábios, levando-me consigo.

Abraçada àquele gigante, eu me sentia em casa. Nos pertencíamos. Era como se o tempo não passasse para nós. Durante o caminho, amparada em seu abraço, eu ansiava por estar dentro da Fortaleza e animava-me com a ideia de estar lá escondida de todos. Seria apenas nosso segredo, ninguém jamais saberia que estive lá...



Chegamos. Ele liderou o caminho. Abria portas cuidadosamente e as segurava para mim, me guiava com carinho, pegando minha mão como quem conduz uma criança pequena a um lugar feito de cristal. A chave tilintava em seus enormes dedos enquanto ele destrancava a última porta da Fortaleza, e de seus segredos, para mim...

Entramos e ele acendeu as luzes. O ambiente parecia confuso para mim e, apesar da luz, escuro. Era menor do que eu imaginara. Bem menor. E nem por isso menos impressionante. Era ali então que ele se escondia, onde encontrava forças para lutar todos os dias. Era ali seu santuário, o lugar que podia me dizer mais sobre aquele gigante forte e querido.

Meus olhos vasculhavam todos os cantos. Observava os detalhes da construção, impressionada com o que via... Incrível a quantidade de informações que ele guardava para si! Vivia cercado por suas histórias. Cada pedacinho do material que se empilhava pelas paredes contava parte do que ele havia vivido. Era meio mágico. Era parte dele. Então, era dali que ele tirava suas lembranças...

Super Homem precisava cercar-se de suas memórias. As histórias que lotavam as paredes da Fortaleza eram importantes demais para ele. Pôs-se a mostrar algumas delas para mim. Tirava da parede o material que a formava, e que, ao seu toque, passava a exibir desenhos e criava vida em suas mãos, e narrava o que víamos ali. Ele sabia de cor cada uma das histórias, por mais complicadas que fossem, e eu ouvia atenta. Incrível que eu estivesse ali com ele, tocando naquele material tão delicado e fazendo parte de seus segredos...

Confesso que às vezes divagava. Ouvia sua voz grave e macia, que desenhava em meus ouvidos, e pensava em como aquele homem gigantesco e poderoso precisava de proteção. Não era por ser o Homem de Aço que ele podia suportar tudo. Tinha suas fraquezas e eu as conhecia. Ele nunca as escondeu de mim, não era capaz. Eu podia ler seus olhos e olhar através de seu peito direto em seu grande coração... mesmo sem super poderes.

De repente ele me agarrou por trás e se jogou em uma poltrona da sala comigo no colo. Abraçou-me com carinho, enterrando sua cabeça em meu peito. Enconstei o queixo no topo de sua cabeça e senti o perfume que vinha dele. Aquela proximidade me excitava... Intimidade...

Ele procurou minha boca no mesmo instante em que eu o procurei, e encontramo-nos num beijo quente. As respirações alteradas, o calor vencendo o frio da noite que invadia a Fortaleza através da janela semi-aberta. Apenas nós dois e o tempo... apenas nós dois e nossa vontade crescente de estarmos ainda mais próximos...

E ele enfiou a cabeça entre meus seios, beijando toda carne que encontrava no decote. Depois, isso ficou pouco e ele arrancou minha blusa enconstando seus lábios quentes nos bicos dos seios. Perdia-se ali. Respirações ainda mais descompassadas.

Eu sentia-o sob mim... Sentia seu corpo querendo o meu por baixo de sua roupa justa. Sentada em seu colo, sentia-o agarrar meus amplos quadris e movê-los para cima e para baixo sobre si... O calor já era insuportável, e ele arrancou o resto de minha roupa, lançando longe minha saia e enchendo a mão em minha bunda. Apertou meu corpo fortemente contra o seu e era como se fôssemos um só.

E, ali estava eu, nua, sentada sobre o enorme Super Homem... Ele me afastou de si e me olhou nos olhos, admirou meus seios, desceu pelo ventre e quadris e finalmente deliciou-se com as pernas e pés...  Seu olhar me devorava e suas mãos me cobriam toda. De repente, me virou de costas para ele, sentada ainda, e passou um braço pelo meu pescoço fazendo-me encostar minhas costas em seu peito, enquanto descia sua outra mão pelo meu corpo, abrindo caminho cuidadosamente entre minhas pernas. Eu sentava sobre ele como se estivesse recostada em uma enorme, confortável e quente poltrona, com as pernas penduradas, incapaz de colocar os pés no chão.

Sentia seus enormes dedos mágicos dançarem. Eles podiam ser incrivelmente delicados... Ele me tocava com carinho e grande experiência... Mantinha minhas pernas afastadas sobre suas coxas e dedilhava deliciosamente... Meu corpo nu ali sobre ele, à mercê dele, doido por ele...

Fiquei ali, sentindo seus dedos pela frente, e sua respiração e beijos no pescoço e nuca. Quando abria os olhos enxergava as paredes sagradas da Fortaleza e me lembrava de que estava em seus domínios... o que tornava tudo muito mais excitante!

Soltava gemidos de prazer e me contorcia em seu colo, presa entre os músculos de seu braço e enlouquecida pelo poder de suas mágicas mãos. Ele gostava de estar no controle e eu podia perceber que estava adorando me manter imobilizada sobre si, enquanto me torturava cada vez mais, freneticamente, tocando-me ora de leve, ora com mais força e extraindo de mim gemidos altos e sussurros de seu nome... Ele me levou à loucura total, ali indefesa e aberta para ele...

Depois do êxtase, relaxei ainda sentada em seu colo, totalmente sobre ele, nua e aquecida em seus braços. Sentia seu coração bater forte nas minhas costas. Eu acariciava seus braços enquanto tentava reaver meu fôlego... Ele sorria em meu pescoço feliz por me ter ali, em sua Fortaleza. Virei-me de frente para ele e o beijei longamente nos lábios, saboreando sua língua e usando minhas mãos para apertar todo o seu corpo. Ele levantou-se de repente comigo junto ao peito e me jogou no chão...

Senti meu corpo cair sobre um colchão macio, providencialmente colocado no chão para ser nosso ninho e para sustentar a nós dois e nosso tesão. Olhei pra cima e vi que o Super Homem já estava nu, de pé, e que me encarava lá de cima. Deitou-se sobre mim cobrindo-me toda e tirando-me o ar. Seu peso enorme era esmagador e... delicioso!

Eu mal podia me mexer com aquele homem todo sobre mim, mas senti quando ele afastou minhas pernas e forçou-se para dentro de mim. Eu já estava pronta para ele, desejando-o completamente. Nossos corpos se fundiram e o suor que brotava dele, me enxarcava ainda mais. Rolei pra cima dele, tomei o poder, montei-o como a um cavalo real... Suor... Gemidos... Após algum dempo fui desmontada de meu cavalo e montada como uma cadela... Cio... Gritos... Super Homem me tornava sua fêmea, como gostava de dizer... E percebi o quanto eu queria aquilo, o quanto senti falta dele...

Senti uma chuva quente, saída do corpo dele, sobre minhas costas e quadris, e imediatamente o gigante desabou ao meu lado, me enchendo de beijos e me envolvendo num abraço. Encolhi-me ali, feliz e beijei-o de volta. Enrrosquei-me em seu corpo, encaixando minhas coxas nas dele e ficamos ali, suados, agarrados e nos sentindo completos.

A luz do dia diminuía e as sombras da noite caíram sobre nossos corpos nus e abraçados. A Fortaleza escurecia, mas tornava-se mais clara para mim, pois Super Homem ia mostrando e contando suas histórias, desenterrando sentimentos e abrindo-se mais para mim a cada hora...

Sua casa chamava-se Fortaleza da Solidão mas, pelo menos naquela noite, ele não estaria só. Naquelas longas horas o lugar seria apenas a Fortaleza, onde ele encontrava paz e carinho em meus braços.

4 comentários:

  1. Muito bom, Parabéns pela ficção!
    Sou fan!

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  2. Respostas
    1. Em 2010 tenho alguns.
      http://moodsjournal.blogspot.com.br/2010/03/naquela-noite-parte-2.html
      Esse é um dos que identifiquei.

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